A mudança de papel de um Vaidya (médico tradicional não-codificado) nos cuidados com a saúde em Kerala, sul da Índia: comparação dos comportamentos de procura/tratamento entre os pacientes do Vaidya e os membros da comunidade

Tradução deste artigo:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4702384/

Background

 Este estudo focou na exploração dos papéis de um Vaidya  (médico tradicional não-codificado)  em uma comunidade no estado de Kerala, Índia.  Atenção especial foi dada as características dos pacientes do Vaidya em comparação com o comportamento da procura/tratamento dos membros da comunidade.

 Métodos 

Dados tanto qualitativos quanto quantitativos sobre o Vaidya, 97 dos seus pacientes, e 31 membros da comunidade foram reunidos através de um campo de trabalho participativo e entrevistas de duração indeterminada.  

Resultados 

Foi descoberto que os membros da comunidade raramente consultavam o Vaidya que vivia em suas comunidade,  consequentemente, o papel do Vaidya como provedor primário de cuidado com a saúde da comunidade quase tinha desaparecido. Apesar de tudo, O Vaidya  era profundamente respeitado como um dos líderes da comunidade por seus membros por causa do suporte espiritual e financeiro que ele provia a eles.  Por outro lado, um número de pacientes de fora da vila visitava o Vaidya,  o que indicava que ele tinha um novo papel sob as mudanças causadas pelo pluralismo médico.  Até mesmo uma medicina tradicional codificada, a Ayurveda, era menos popular entre os membros da comunidade. Essas descobertas eram interessantes, porque enquanto o sistema médico tradicional da Índia tem se tornado popular e comum entre outras sociedades, tais como sociedades europeias, como uma medicina alternativa, o sistema médico tradicional estava se tornando menos importante no contexto rural dos indianos.

Conclusão 

Foi concluído que a prática médica tem mudado dependendo dos contextos culturais e sociais, até mesmo os efeitos medicinais tem sido provado por pesquisa científica. 

Foi convencionalmente reconhecido que a maioria das pessoas ainda usava o sistema médico tradicional, tal como Ayurveda, para tratamento primário na Índia rural independentemente da biomedicina ocidental ter se espalhado,  chamada alopatia.  Na realidade, o governo indiano tem reconhecido o valor dos sistemas de medicina tradicional,  como Ayurveda, ioga, e homeopatia do local que se originou na Europa mas que difere da biomedicina, e tem feito esforços para integra-las na educação oficial do sistema  médico moderno até um certo ponto. Este pluralismo médico do sistema de saúde da comunidade tem sido objeto de importante estudo para os  pesquisadores procurando entender o comportamento de procura/tratamento e propor uma política  apropriada de Saúde.

Enquanto a Ayurveda, Siddha, Unani, homeopatia e alopatia tem todos sido registrados como sistemas médicos “codificados”, existem também os sistemas médicos “não-codificados”. No sul da Índia, praticantes do sistema médico não-codificado, chamados de Vaidyas, tem sido reconhecido como tendo um papel principal na saúde da comunidade nas vilas rurais. No entanto, estudos recentes reportaram que os papéis dos Vaidyas estavam diminuindo porque os sistemas médicos codificados estão disponíveis em muitas vilas rurais, pessoas rurais preferiam usar a alopatia a um Vaidya e pessoas jovens não estão interessadas em aprender os sistemas médicos “não-codificados”, portanto haviam menos Vaidyas jovens.  Estes estudos prévios sugeriam um conflito porque os dois tipos diferentes de sistemas médicos tradicionais, que é codificado e não-codificado,  mostravam padrões opostos;  enquanto as pessoas ainda gostavam de usar o sistema médico tradicional codificado, haveria menos probabilidade deles usarem um sistema não-codificado.  Enquanto os estudos prévios tem sido conduzido de uma descrição do ponto de vista antropológico médico ou estudos da saúde pública tem sido baseada em dados administrativos a um nível macro,  nenhum estudo tem revelado os papéis atuais dos Vaidyas no que diz respeito a estas mudanças sociais e médicas usando métodos qualitativos a nível de comunidade.

Este estudo no entanto foca em explorar o papel do Vaidya –  médico tradicional não-codificado –  em uma comunidade no estado de Kerala,  Índia.  Atenção especial foi dada as características dos pacientes dos Vaidyas em comparação ao comportamento de procura/tratamento dos membros das comunidades.  As descobertas serão úteis para construir um sistema médico de Saúde apropriado nas comunidades pluralistas médicas da Índia.

Local de estudo

Kerala é localizado na parte sudoeste da Índia cobrindo a Costa Malabar e é um pequeno estado com área de 38.863 quilômetro quadrado (apenas 1.18 %  da área total do país).  Geograficamente falando, o estado pode ser dividido em  Área com Colina, área com Semi-colinas e  Áreas planas com diversos tipos de vegetações ao longo da linha dos gates ocidentais.  Historicamente falando, Kerala tem sido um  exportador de temperos famoso  desde 3000  A.C.,  então não apenas  hinduísmo se desenvolveu nessa região;  comerciantes  muçulmanos e  cristãos europeus influenciaram continuamente está área.  Consequentemente, embora o hinduísmo é praticado pela maioria da população (56%), muçulmanos e cristãos constituem 24% e 19%,  respectivamente.

Kerala  tem um índice de desenvolvimento humano mais alto do país, 0.790 (relatório de desenvolvimento humano 2011),  apesar da renda per capita do estado (80.924 rúpias indianas) ser mais baixa  que a média dos países em desenvolvimento.  Está experiência de desenvolvimento humano tem sido chamada de “Modelo Kerala” no Relatório de Desenvolvimento Humano autorizado pelo  Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.  Neste modelo, um alto número de pessoas altamente educadas e com expectativa de vida prolongada tem sido notada. No entanto, na realidade, o nível de desemprego estava alto devido ao lento desenvolvimento industrial,  independente do alto nível de educação. Um rápido aumento na idade média da sociedade também foi reconhecido como um novo problema.

Este estudo foi conduzido em uma vila costal no distrito de Eranakulam, Kerala.  A vila é localizada a aproximadamente a 30 km da cidade de Cochim, O maior centro comercial, então a vida tem sido reconhecida como suburbana e suscetível a vários tipos de modernização. Aproximadamente, metade das pessoas que moram na vila estão engajadas ou  na atividade de pesca ou  processamento da indústria de pesca. Muitos desses moradores da vila eram tão pobres que eles recebiam assistência na forma de comidas básicas (por exemplo, arroz, açúcar e vegetais) do governo local, as mulheres recebiam assistência de trabalho sendo engajadas em trabalho governamental para satisfazer as necessidades de renda mínimas necessárias.  A proporção das pessoas nas castas mais baixas (15.9%) eram mais altas na vila do que a média  outras partes do distrito (8%).  Além dos lindos templos, haviam igrejas cristãs e mesquitas,  mostrando diversidade religiosa.

Havia um centro oficial de saúde da comunidade, um hospital de alopatia privado, um número de farmácias alopáticas, uma clínica homeopática, farmácias  homeopáticas, farmácias ayurvédicas, e um Vaidya na vila.

Campo de pesquisa

O campo de pesquisa foi conduzido por um total de 90 dias em 2012 e 2013. O autor ficou na Índia por um total de 154 dias, de 12 de agosto a 14 de outubro de 2012, de 14 de janeiro a 5 de março de 2013  e de 24 de agosto a 4 de outubro de 2013, para conduzir este estudo. O Vaidya e os outros participantes concordaram em participar do estudo depois deles terem sido informados sobre a natureza do mesmo, no que implicaria a participação deles, e o direito de eles se retirarem durante qualquer fase da pesquisa sem ter que dar razões para isso. A política de privacidade também foi explicado os participantes, que ordenaram que toda informação pessoal coletada nesta pesquisa deveria ser mantida anônima e que os resultados deveriam ser publicados em jornais acadêmicos ou apresentados em reuniões. Na sequência, total consentimento oral foi obtido de todos os participantes antes de proceder com este estudo.  Este estudo foi aprovado pela Kyoto University Graduate School e pela faculdade do comitê ético de medicina no dia 7 de agosto de 2013 (número de aprovação: E1824) 

Observação e entrevista com o Vaidya

O Vaidya na vila estudada foi escolhido como informante principal por causa das três razões seguintes. Primeiro, a vila estudada, onde vários tipos de sistemas médicos existiam, representava uma sociedade médica pluralista e o Vaidya  era o único profissional não-codificado.  Segundo, a vila estudada era economicamente  pobre mas estava geograficamente perto de um centro comercial, mostrando uma representação da situação atual daquelas vilas indianas que estavam experienciando rápidas mudanças sócio-econômicas.  Portanto, o Vaidya  representava a situação dos médicos não-codificados de hoje.  Terceiro, na pré pesquisa do autor, foi confirmado que um alto número de pacientes (aproximadamente 5 – 10 por dia) visitava o Vaidya,  indicando a confiança deles em sua habilidade. 

 Dados qualitativos e quantitativos foram reunidos  através do trabalho de campo participativo e entrevistas de duração de tempo indeterminado  de 15 de setembro às 5 de outubro de 2012. Observação participativa em uma entrevista com o Vaidya conduzida em seu lugar de prática, chamado  “ashram”;  observe que o termo ashram originalmente se referia a um convento hindu.  Durante a pesquisa, o autor, que foi educado com um farmacêutico no Japão,  foi colocado principalmente na sessão de farmácia na clínica do Vaidya e observou de perto as prescrições,  lidando, e distribuindo os remédios através de observação participativa.  Durante este período, o autor entrevistou informalmente o Vaidya sobre vários itens, tais como, a história de vida dele, filosofia de tratamento, crença religiosa, e tratamento usando remédio manufaturados comercialmente.  O Vaidya não hesitou em responder qualquer pergunta e desejou estar aberto sobre suas práticas médicas e formulações (ex.  receitas de remédio) ao  público, insistindo que a eficácia de seus remédios deveria contribuir com outros. 

 Entrevista com os pacientes do Vaidya

Para entender as características dos pacientes, o próprio autor conduziu entrevistas pessoalmente com questionários estruturados na clínica, enquanto os pacientes estavam esperando pelos remédios, de 1 – 28 de fevereiro de 2013.  Os pacientes, 97 (64 homens; 33 mulheres), que visitaram o Vaidya durante o Período da pesquisa concordaram em participar.  Desde que todos os pacientes , exceto um deles, veio de várias áreas que não era de Kerala e tinham educação suficiente para falar inglês – uma das as línguas oficiais da Índia – o inglês foi usado para entrevistá-los.  A língua local, Malayalam,  foi usada para entrevistar o único paciente local. 

O questionário incluía os seguintes itens: 1) dado social demográfico (nome, sexo, idade, ocupação, crença religiosa, local de residência), 2) razão para escolher o Vaidya para o tratamento e 3) sintomas e reclamações atuais, tratamentos prévios, e histórico médico. No caso em que os sintomas dos participantes eram muito severos para responder todas as questões, pedia-se a um membro acompanhante da família para respondê-las.

 Baseado no que os pacientes contavam e no diagnóstico do Vaidya, o autor, que era farmacêutico bem treinado em fornecer cuidados em países desenvolvidos,  classificou os sintomas dos pacientes dentro da classificação Internacional das doenças-10 (CID-10) categorias para conveniência analítica. O nível de seriedade, Também foi classificado nas categorias de severa, moderada, e leve; esta classificação foi feita baseada nos tipos de doença, influência na vida diária,  prognóstico estimado de vida.

Entrevista dos membros da comunidade

Para entender o comportamento de procura/tratamento dos membros da comunidade em comparação ao dos pacientes do Vaidya,  foram feitas entrevistas cara a cara, com questionários estruturados na vila pelo autor,  principalmente na língua local de Malayalam,  através de visitas nas casas dos entrevistados de 24 de agosto a 3 de outubro de 2013. E em alguns casos, termos em inglês foram usados para descrever os nomes das doenças e sintomas. Os membros da comunidade, 31 (22 homens e 9 mulheres), que tem histórias médicas recente de doenças (reagam em Malayalam)  que vivem dentro de 1 km e meio da clínica do Vaidya em Kerala foram selecionados como segue. O autor perguntou a duas enfermeiras da saúde pública sobre os membros da comunidade que tem ou tiveram reagam e visitaram a maior parte das famílias (exceto aquelas que estavam ausentes) na área para encontrar informantes em potencial  que se encaixava no critério. O conceito de reagam inclui o estado não saudável tanto mental quanto físico, mas exclui feridas externas. Os 31 membros da comunidade foram selecionados e concordaram em participar na pesquisa.  A população da vila era de 35.906. Embora  nenhum dado demográfico detalhado estava disponível, o lugar de estudo (por exemplo, num raio de a 1.5km do Vaidya)  cobriu aproximadamente 5% da população da vila.

Foi perguntado os entrevistados 1) dados sociais demográficos (nome, sexo, idade, educação, religião, ocupação do principal membro da família e posição social econômica) e 2) reclamações atuais, tratamentos prévios e histórico médico.  Dimensionamento pessoal da satisfação econômica e qualidade de vida também foi questionado e publicado em outro lugar.  As entrevistas foram estendidas como discussões abertas para estudo da crença médica, a fé, e a preferência de se viver em sociedade.

Características do Vaidya, profissional médico tradicional 

O Vaidya escolhido nesse estudo tinha 50 anos de idade (nascido em 1964) e foi nascido na vila em estudo.  Ele dirigia a clínica com sua mãe, irmã mais velha e seis assistentes.  Ele não vinha de uma linhagem de família de médicos, mas de uma família Hindu. Antes de seus 20 anos idade, ele começou a praticar ioga, e se despertou para a forma espiritual de vida.  Depois disso, ele seguiu vários mestres/Santos (guru) para aprender Ayurveda, Siddha, artes marciais tradicionais (kalarippayattu) dentro e fora de Kerala  e também às vezes viveu com uma minoria de pessoas étnicas nos Gates Ocidentais da área montanhosa  para aprender o sistema médico nativo. Ele retornou para sua vila nativa e abriu uma clínica em 2000 depois dele ter sido reconhecido como um Swami – um sacerdote Hindu – devido a sua experiência.  Consequentemente, a clínica dele também foi chamada de ashram – o nome para um eremitério Hindu onde uma pessoal sagrada Hindu vive.

Em resposta às questões abertas, o Vaidya insistiu que ele tinha originalmente integrado diversos sistemas médicos em um sistema.  O sistema que ele fornecia era baseado principalmente na teoria Ayurvédica,  enquanto ele também aplicava um número de sistemas médicos que ele também aprendeu.  Ele preparava mais de 50 tipos de remédios com ervas  medicinais na clínica.  Metade deles eram preparados com plantas medicinais frescas ou secas ou substâncias animais que ele comprava nos mercados nas áreas urbanas; o restante eram produtos de companias farmacêuticas Ayurvédica/Siddha. As plantas medicinais eram coletadas ou plantadas principalmente na área semi montanhosa e vendidas no mercado das cidades.

Ele não fixou o dia de consulta e usualmente ele internou de um a três pacientes enquanto examinou de 5 a 10 pacientes por dia.  Embora ele não requeria pagamento pela suas práticas médicas, exceto pelos remédios que eram providos, doações livres eram moderadamente encorajadas.  O custo dos remédios variavam de 700 a 5000 rúpias indianas, no entanto isto dependia do tipo de doença e do período de medicação.  O custo do remédio  era reconhecido como muito caro. O Vaidya, porém, afirmava que ele não requeria nenhum tipo de pagamento daqueles que não tinham condições de pagar os custos e sofriam das doenças.  No entanto, não houve nenhum paciente que pedisse ao Vaidya isenção de pagamento durante este período de estudo.  É significante citar que durante a observação participativa do autor, o Vaidya fez grandes contribuições financeiras à comunidade da vila (por exemplo, doação para cerimônia da vila para o setor público). 

 Características e sintomas dos pacientes do Vaidya

Durante o período de estudo, 97 pacientes visitaram e receberam tratamento do Vaidya; entre eles, 66% (64) e  34% (33) eram homens e mulheres, respectivamente, e a idade média era de 41.4 anos.  Os pacientes eram caracterizadas pela proporção de homens (67% versus 47.97% no estado), de Hindus (37. 3% versus 56. 2% do estado),  de visitantes de fora da vila (99%),   Pessoas que falava inglês (99%) e de ocupações profissionais (36%).  Em termos de gênero masculino e feminino, é significante citar que 66.6% (50 pacientes) de Hindus (75),   81. 8% (9) de muçulmanos (11) e  54.5% (6) de cristãos (11)  eram homens. É provável que algumas mulheres muçulmanas e hindus estavam hesitantes em consultar o Vaidya,  que é homem.  É aparente que o Vaidya é preferido por homens mulçumanos  e muitos homens Hindus,  mas não por cristãos devido as suas crenças religiosas.  Inesperadamente, havia apenas um paciente da mesma vila do Vaidya.

Discussão

Estudos prévios reportaram as conclusões contraditórias que o sistema médico tradicional codificado ainda era muito comum no cuidado da saúde da comunidade enquanto que os não-codificados estavam correndo risco de desaparecer.  A este respeito, este estudo  descobriu que os membros da comunidade raramente consultavam o Vaidya que morava na comunidade;  consequentemente, o papel do Vaidya como provedor primário de cuidados com a saúde  da comunidade quase desapareceu. Por outro lado, interessantemente um número de pacientes visitava o mesmo de fora da vila, o que mostrava que o Vaidya tinha um novo papel no pluralismo médico resultante destas mudanças. Por favor, observe que algumas limitações existem neste estudo. Primeiro, desde que a população da vila é de 35.906 (2013),  a área estudada na vila tinha que ficar em torno da clínica do Vaidya. Isto potencialmente limita a extensão dos resultados de outras áreas da Índia. Segundo, porque apenas membros da comunidade que obedeciam a um critério e concordaram com estudo participavam voluntariamente, o número de participantes é limitado,  causando uma seleção tendenciosa. Terceiro, não houve uma pesquisa com as pessoas vivendo na área urbana para comparar com os membros da comunidade. Isto limita a interpretação do comportamento da procura pela saúde (health-seeking behaviour) em Kerala no Geral.

A primeira parte da discussão foca na razão do desaparecimento do papel do Vaidya no cuidado com a saúde da comunidade. As descobertas desse estudo sugeriram que a própria Ayurvéda era frequentemente menos usada, embora tenha sido codificada. Ayurveda foi escolhida para algumas doenças específicas em que os membros da comunidade reconheciam que não eram totalmente curadas pela alopatia.  Respondendo as questões sobre as razões pelas quais eles não usavam o Vaidya e a baixa frequência do uso da Ayurveda, vários entrevistados insistiram que tais sistemas médicos requeriam modificações de estilo de vida de longo termo (por exemplo: dieta, atividade, e questões religiosas) consequentemente levava tempo para se alcançar a cura ou a remissão,  enquanto que o processo de restabelecimento era óbvio quando curado com tratamento biomédico. Eles acreditavam consequentemente que a alopatia curava mais rápido as suas doenças do que a Ayurveda.  Para os membros da comunidade local,  as enfermidades não eram conscientemente separadas das doenças, então quando as enfermidades desapareciam, as doenças pareciam desaparecer ao mesmo tempo.  As entrevistas abertas revelaram que a diferença entre os pacientes do Vaidya e dos membros locais é a consciência da diferença entre enfermidades e doenças. 

A causa da doença tem sido considerada um fator no comportamento pela procura de tratamento.  Por exemplo, estudos prévios sugeriram que a enfermidade causada por uma “etiologia de característica de área” (ex: feiticeiro necromante)  era tradicionalmente tratado por medicina étnica no geral.  Em outros casos, enfermidade com etiologia de característica de área ainda era tratada por medicina étnica,  nas outras enfermidades, tais como ferimento externo,  doenças severas, e doenças contagiosas, eram preferivelmente tratadas pela medicina moderna nos estágios primários de desenvolvimento. Neste lugar de estudo na Índia, a causa da enfermidade era na maioria das vezes reconhecida no contexto médico moderno, até mesmo pelos membros da comunidade local. 

Em relação ao tratamento pelo Vaidya, o custo é muito maior do que aquele do sistema médico codificado, incluindo os tradicionais; isso era parcialmente causado pelo fato de que a assistência financeira pública  está disponível para alopatia codificada, homeopatia, Ayurveda, e Siddha,  mas não para os sistemas médicos não-codificados.  Os membros da comunidade podiam consultar o serviços de saúde biomédicos livre de custos na vila. Os Vaidyas insistiam que eles nunca pediam doação aos pacientes economicamente pobres ou pagamento pelo tratamento ou remédio.  Os entrevistados da vila também concordaram que o Vaidya poderia não pedir o pagamento.  No entanto, nenhum paciente foi visto pedindo para o Vaidya para ser liberado do pagamento durante o tempo de estudo.  Este fato mostra que o custo do tratamento não é a razão pela qual os membros da comunidade evitava o Vaidya.

A próxima parte da discussão é sobre o papel do Vaidya hoje.  Um estudo prévio reportou que 51% dos médicos não codificados atendiam até cinco pacientes por semana, enquanto apenas 32% dos médicos profissionais tratavam mais do que 10 pacientes por semana. No entanto, o Vaidya neste estudo atendia de cinco a 10 pacientes por dia, sugerindo que um número relativamente grande de pacientes acreditava que o tratamento dele tinha um papel muito importante.  Os hindus frequentemente usavam o Vaidya para tratamentos que tinham sintomas severos a simples.  Pensa-se que o Vaidya era uma opção a ser usada quando a  alopatia ou outros tipos de sistema médico falhavam para curar as doenças e essa é a razão pela qual todos os casos muçulmanos e todos os casos severos dos hindus selecionavam o Vaidya como uma segunda ou terceira forma de tratamento.  No caso dos Hindus  com casos simples, o Vaidya era a primeira opção mais frequentemente usada.  É razoável assumir que os Hindus confiavam no Vaidya porque o título dele as vezes dava reconhecimento como seguidor Hindu,  não apenas como médico. É presumido que os Hindus reconheciam que o tratamento era efetivo para caso simples; no entanto, a alopatia é mais efetiva para tratar casos graves.  Presume-se que eles acreditam que as causas das doenças são separadas da etiologia espiritual/local. 

 Conclusão

 Este estudo focou no Vaidya  a fim de examinar o impacto da modernização médica em Kerala  tendo sido comparado o comportamento das pessoas na procura de tratamento das áreas urbanas até as áreas rurais.

 Este estudo revelou que os membros da comunidade não dependiam do Vaidya (que foi reconhecido como tendo um papel principal  no cuidado com a saúde básica da comunidade), mas as pessoas altamente educadas da cidade os procurava como um sistema médico alternativo e complementar. O papel do Vaidya em áreas rurais tinha mudado devido a modernização.

Estas descobertas eram interessantes porque enquanto o sistema médico indiano tem se tornado popular e comum em outras sociedades (Ex. Européia) como um sistema médico alternativo, tem se tornado menos importante no contexto da Índia. Os estudos prévios mostraram que os sistemas não-codificados estão para serem extintos.  As descobertas destes estudos sugerem que contextos sociais, tais como crenças religiosas, um aspecto do contexto social, afeta diretamente o comportamento de procura/tratamento  na sociedade moderna onde as etiologias ocidentais são bem conhecidas.

Conclui-se, consequentemente, que a prática médica muda dependendo do contexto cultural e social, apesar dos efeitos medicinais terem sido provados efetivos por pesquisa científica. Sistemas de saúde da comunidade tem que ser considerado em contextos múltiplos, incluindo social, econômico e  ambiental.

CAD 15 -Alimentação para agravamento de Pitta – “transcrição do video”

Desequilíbrios de Pitta

Raiva, irritação, autoritarismo, contundência exagerada, Inflexibilidade, dominador, Agressividade, obstinação doentia, teimosia, radicalismo, intolerância, gastrite, queimação,  dor de cabeça que martela, queimação nos olhos, queimação na boca, queimação no intestino, queimação no estômago, sangue quente, afita,  espinha, cabelo ficando branco (não tanto caindo),  folículite (entupimento da pele de gordura),  suor excessivo e com cheiro muito forte, problemas no fígado, no baço“ tudo que fede e não é ama, é problema de Pitta”

Órgãos que podem ser afetados por Pitta: Fígado, intestino delgado, coração, olhos, sangue, músculo e a parte vermelha do osso o tecido medular 
Proibidões de Pitta:

Cabeça quente (sol na cabeça), excesso de sol no olho, gordura (o Ghee é um caso especial), mas principalmente a gordura das carnes, frutos do mar, ovos, sal, churrasco ( carne, só de frango ou peixe de água doce –  A carne esquenta muito),  coisas ácidas demais, salmoura – tudo que é salgado demais, bacalhau, salmão, azeitona que ficar em salmoura,  palmito em conserva, alcaparras em conserva, tomate seco é uma tragédia!  Castanhas, principalmente a castanha do Pará e a de caju.

Frutas muito cítricas, inclusive a banana prata – “a nanica é mais tranquila” 

Ambiente muito competitivos, muito críticos, muito embate, disputa, verão,  rabanada, 

“ Das castanhas, a amêndoa, a avelã e as nozes são as mais tranquilas”

Linhaça também é muito complicado para Pitta, porque ela esquenta. “Chia e amaranto tem uma característica mais fria, então pode”.

“semente de girassol é excelente para Pitta, semente de gergelim para Vata e de linhaça para Kapha” 

“O gergelim não é proibido para Pitta”

“ Maconha agrava bastante Pitta,  ela acidifica o sistema, a maconha terapêutica é boa para Vata,  porque ela regula o Agni e aumenta o apetite,  mas tem que ser numa quantidade muito pequena para não emaciar os tecidos. “ O que mais afeta o vata, é o álcool destilado”“Ayahuasca também pode afetar bastante Vata –  dos Psicotrópicos é o que pode afetar menos o Pitta,  porque aumenta o espaço e porque é amargo  ”

“ Maconha deixa os Pittas num estado muito Tamásico”
“Sushi,  só na hora do almoço e de vez em quando”
“ tomate, berinjela, pimentão são coisas que devem ser comidas com cuidado “

“Cará e inhame são excelentes “

Corretivos

  •  Acordar bem cedo, enquanto o sol não nasceu
  • Toma água de coco,
  • vai ao banheiro   
  • Faz atividades físicas que suem (corrida  ou nadar)
  • Luta não seria muito legal porque estimula a competitividade 
  • Dança é muito bom  
  • Quando voltar pra casa come uma tapioca com coco, abacate com açúcar mascavo.  Come Inhame –  se tiver querendo limpar o sangue  
  • Pão Integral torrado com um pouco de queijo minas 

Batata-doce 
Ainda antes do almoço, ele vai sentir fome, come uma maçã ou uma pera ou melancia ou uva roxa  – frutas mais doces –  até uma manga, mas mamão não –  mamão agrava muito Pitta, ele é bem ácido.“ mamão é excelente para Vata” Ameixa seca também é bom 

“ O lanche da vida do Pitta é semente de girassol com uva passa” 

Na hora do almoço, ele tem que comer menos gordura, tem que comer mais carboidratos e mais proteína, menos o sabor ácido mais o sabor doce, adstringente e amargo – alcaparra, alcachofra, chuchu, abobrinha, tudo que é verde é bom para Pitta,  tomar cuidado com espinafre e a rúcula que são um pouco picantes.

“arroz integral agrava Pitta”

Trigo integral, aveia, leite são excelentes, precisamos criar muco no Pitta para proteger ele de ficar se destruindo porque o sangue dele é ácido demais. 

O leite é uma refeição e não deveria ser misturado. Leite, carne, ovo são processos proteicos altamente complexos que deveriam ser digeridos praticamente sozinhos, com no máximo um acompanhante. Leite com aveia tudo bem. 

Pipoca é muito leve e pode agravar o Pitta.  

Pitta pode comer muito feijão, farofa com feijão, e sempre terminar a refeição com coisas amargas.  Ele deve sempre comer coisas amargas porque limpa o sangue dele.

Lances bons para Pitta a tarde

  • Fruta
  • Laticínio
  • Tomar leite fervido com ervas 
  • Pão de queijo sem muito sal
  • Polvilho
  • Salgados integrais  

“Ricota com espinafre é uma ótima combinação”

No geral ele vai sentir fome umas 4 horas após o almoço, ele geralmente almoça forte, e se ele não faz uma boa refeição no almoço, geralmente vai ficar com fome o dia todo.

“Açaí é um ótimo lanche da tarde”

O lanche da tarde não é tão fundamental para o Pitta quanto é para o Vata.

Antes de dormir não se deve fazer uma refeição pesada – isso é para todo mundo.
 O arroz Basmati é o melhor se estiver com calor,  se não tiver o mesmo,  come trigo integral, o arroz branco agrava o Vata, ele obstruí canais, é uma coisa delicada, comer de vez em quando tudo bem,  mas ficar comendo sempre não vai fazer bem.  O Pitta sobrevive bem com o trigo integral –  macarrão, tabule. 

Cevadinha esquenta um pouco. Antes de dormir, um leite fervido com as ervas é muito bom para Pitta.

São bons para Pitta: coentro,  leite de coco, menta, água de rosas, girassol, bardana

Hortelã não é bom para Pitta,  esfria na boca mas esquenta o sistema. Menta é bom. Cavalinha é bom para Kapha e centelha asiática é excelente para Pitta.

Melhor paranayama é o Bhramari (da abelhinha)

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CAD 14 – alimentação para agravamento de Vata “transcrição do vídeo”

Desequilíbrios de Vata:

ansiedade,  pouca memória, tontura, esquecimento, Instabilidade, constipação intestinal, frio principalmente nas extremidades , problemas de ouvido, problemas de garganta, pele seca, rigidez articular, insegurança, sono agitado, cansaço repentino, câimbra que fisga, agitação mental.  

Lugares onde o Vata se acumula mais: cabeça, na parte baixa do abdômen (pélvis), coxas, ouvidos, ossos, pele, cabelo, cólon. 

Problemas nesses lugares:

Intestino preso, flatulência,  estufamento abdominal, prioritariamente constipação, dores na bacia, dores na lombar,  queda de cabelo, cabelo frágil e quebradiço, dores em qualquer lugar do corpo, mas principalmente nos sentidos, ciática, sensação de falta de chão, muita dor na parte da garganta, nariz  e o ouvido ( são lugares que o Vata castiga facilmente).  Rinite é uma palavra muito característica para Vata. Perda de massa óssea e, fragilidade estrutural, juntas estalando,  apetite instável, indecisão diante da vida, mudança exagerada de opinião e posições,  falta de clareza, em estado Tamásico,  falta de caráter,  síndrome do pânico, hiperatividade, esquizofrenia, (Alzheimer também, mas tem um componente de Pitta  envolvido), AVC ( qualquer coisa relacionada a obstrução de fluxo, está relacionado a Vata),  Parkinson, distúrbio bipolar.  Perda de tecido,  perda de sentido da vida,  perda de memória, perda de orientação, perda de equilíbrio, perda da carteira, do celular, da agenda

Quando a gente for seguir uma alimentação anti-vata é por conta do desequilíbrio e não por causa da constituição da pessoa.

Alimentação por si só, não é capaz de resolver questões articulares de uma maneira terminativa.
 

Fatores que agravam Vata e quais são os proibidões: 

Atributos que agravam Vata: Seco, frio, movimento instável (vento),  excesso de estímulo, áspero, duro, sutil.

 Nossa alimentação deve compensar estes atributos quando eles estiverem excesso 

Proibidões:
 

  • Sabonete (já tem a pele seca, e ainda fica lavando a pele com sabonete todo dia é destruição da última gordura que ele tinha) 
  • Usar shampoo todo dia  
  • Ficar comendo coisas frias,
  • coisas cruas, congeladas,
  • ficar comendo em ambiente agitado,  
  • Ficar comendo muita coisa seca: granola, Biscoitinhos, pipoca,
  • Comendo muita coisa sem gosto, que não estimula o Agni dele.
  • Água gelada ( qualquer coisa gelada)
  • Ficar no ar-condicionado, trabalhando  em ambientes secos e frios, impessoais ( ele tem que entender o quanto tudo isso faz mal a fisiologia dele) 
  •  Não dar nenhuma importância a alimentação e ao sono ou as excretas
  •   Ficar muito tempo sem comer 
  •  Café
  • cigarro (coisas que esquentam e aceleram muito a pessoa)
  •  Drogas
  • Produto de limpeza  
  • Qualquer bebida destilada 
  • Qualquer excesso agrava Vata, que é suave como uma flor.


  “Vinho não é bom, mas dependendo da cerveja, tudo bem.”

 Corretivos: 

Rotina anti Vata:

  • Acorda próximo do nascer do sol – de preferência se ele dormiu,  
  • toma um pouco de água morna com limão,
  • raspa a língua,
  •  faz oleação com óleo morno de gergelim,
  • toma um banho morno,
  • Pode-se fazer pranayama de Naoli, mas o ideal é que se tenha uma quantidade de óleo suficiente que é para o intestino do Vata funcionar todos os dias.
  •  Depois é preciso se aquecer, mexendo o corpo e as articulações – fazer algumas saudações do sol suave ou qualquer tipo de exercício para aquecer as articulações, prestando atenção na respiração e no movimento.
  • Na sequência alimenta-se com uma torrada e um chá –  porque o vata se alimenta como um passarinho,  ele tem que ter sempre algo que estimula o Agni dele como orégano, o  manjericão, ervas de pizza. O Vata não come nada sem ervas. Dependendo da época do ano pode ser inhame também.


Suco verde não é bom para o Vata, porque o verde é amargo e adstringente e estes são sabores que agravam o mesmo.  Ele poderia tomar um suco verde por volta das 10h00 da manhã se estiver com calor.
 

Existe uma regra na vida do Vata,  não só na dele mas principalmente dele, não está com calor:nada cru. 

 Mingau de aveia é mais para Pitta, por volta das 10h00 da manhã pode até ser se a pessoa for um Pitta/Vata.

As 10h00 da manhã faz uma refeição que tenha tahine, ele sempre tem comer muito gergelim.  Gergelim é a solução da vida do Vata, ele tem que casar com o gergelim e com o cominho.

 É muito bom que o Vata  faça algum grau de atividade física suave: caminhada, Tai chi Nada agitado demais, ele tem que aprender a  acumular  energia  porque os cotovelos dele não ficam parados. Antes do almoço fazer Nadi Shodhana e Shavasana. Na hora  do almoço fazer uma refeição que tenha alguma coisa que seja untuosa, que tenha Ghee,  Óleo de gergelim.

Em termos proporcionais: comer muito mais carboidratos do que proteínas e sempre colocar picantes suaves  ( ervas colocadas na pizza) nos carboidratos para garantir a digestibilidade. Vata tem que comer tudo quentinho do começo ao fim. Ele é único que tem autorização para ficar sorvendo algo quentinho como chá de hortelã, canela, gengibre.
Tarde:
 Entre 4h e 5h  da tarde ele deve comer coisas que sejam untuosas, é hora de comer laticínios, tomar chai,  comer um queijo quente com ervas.  Qualquer coisa que ele coma, seja doce ou salgado, tem que ter as ervas estimulantes do Agni. 

Castanhas e eventualmente ovo (medicado com cúrcuma) podem ser comidos neste horário também.  Sempre que for comer os feijões tem que ser com aquela receita do feijão sem pum (com cúrcuma, cominho). Entre 6h e 07h  da noite começar a tomar chá e dependendo da época do ano sopa. O Vata  jamais deveria jantar salada de folhas a noite, mesmo que esteja quente, a não ser que ele queira ficar estufado.  Qualquer horário que ele for comer  folhas, elas tem que estar murchas na frigideira e sempre com massala.
 Os tratamentos, por excelência, numa rotina de Vata é a oleação, na pele,  no nariz (com Anu Taila),  ouvido ( com óleo morno de gergelim ) e Bastis (com óleo de gergelim morno, com uma pitadinha de sal – este  é o supremo método de tratamento para Vata,  que deveria ser feito de uma a duas vezes por semana ). Enquanto o intestino grosso dele estiver seco dificilmente ele vai ficar saudável. O intestino grosso e o pulmão absorvem prana e  se o intestino dele não funciona ele fica sempre cansado 

AYURVEDA E YOGA PARA MENOPAUSA

Essa é a Tradução do Workshop do Yoga International – Kathryn Templeton

O que podemos fazer para amenizar os efeitos da menopausa e até mesmo evitá-los?

Sono

O devemos fazer quando acordarmos e a mente não parar mais?

  • Tome leite com temperos, como por exemplo, noz moscada, cardamomo.
  • Faça pranayamas:

  • Use óleo no pé e na cabeca: aswaganda-bala oleo com o óleo de gergelim
  • Passe oleo no pé e coloque meias. Passe óleo no couro cabeludo (nao precisa ser muito, coloque óleo nas pontas dos dedos e passe no couro cabeludo) quando você tem fogachos, neste caso, use óleo de coco na cabeça e no rosto.

Dormir é muito importante para a digestão e digestão é importante em todos os estágios da vida. É importante ser capaz de digerir os pensamentos, os sentimentos e o que comemos. Temos que ter a nutrição correta para os nossos tecidos. O maior problema no periodo da menopausa é que nao queremos abrir mão de como costumávamos digerir as coisas na nossa fase adulta. E a menopausa é um periodo Vata, o que mexe com a digestão.

O que fazemos dos 35 anos aos 45 anos vai criar alguns problemas na nossa digestão. O que devemos fazer?

  • Comer comida da estação,
  • Nao usar micro-ondas,
  • Tente fazer a sua própria comida,
  • Coma comida saudável pelo menos dos 35 aos 45 anos,
  • Tudo isso ajuda na sua digestão.
  • Se você não comer desta forma, o que acontecerá é que ama (bio-toxina) vai se formar. Ama bloqueia o fogo digestivo (Agni) e se o Agni nao funciona, doenças aparecem, nos sentimos pesados, letárgicos. É o Agni que transforma o que comemos em nós. Cada célula, cada tecido tem o seu fogo digestivo.

Digestão e sono são os nossos melhores amigos e se uso minha energia para digerir o que eu comi as 22:00, toda a energia vai para a digestão e nós precisamos de energia para sermos capazes de dormir. Quando dormimos, nosso corpo se regenera através da desintoxicação que é feita enquanto dormimos.

O que podemos fazer para ajudar o sono e a digestão, é:

  • jantar às 18:00.
  • Usar chá para resfriar: chá de coentro (ferva por 10 minutos)
  • Se você for uma pessoa esquentada, cozinhe com Ghee (manteiga clarificada)

Memória

A memoria diminui e isso pode causar uma baixa na auto-estima e com isso um pouco de depressão porque nao seremos tao afiadas mentalmente como costumávamos ser, isso acontece porque o estrógeno está diminuindo. Isso não significa demência.

Para ajudar com a memória faça a respiracao alternada de 10 a 20 minutos, isso ajuda equilibrar os 2 hemisférios do cérebro e ajuda a estabilizar o metabolismo, estabiliza a glândula da tireóide e diminui os fogachos.

De novo, é importante ir trabalhando isso dos 35 aos 45 anos e enquanto você envelhece colocar isso na sua prática diária pela manhâ.

Ervas: Bhrami – ashwaganda e shankapushpi

Ajudam a memória e é um tônico que rejuvenesce

(estas ervas podem ser encontradas na farmácia Kalayasa)

Coração:

Podem ocorrer palpitações, problemas respiratórios (pode ser que nao ocorra) por causa da desidratação.

Ervas:

Arjuna

É importante hidratar o corpo, usar por exemplo o chá de alcaçuz (licorice), ele hidrata e é demulcente (calmante)

Demulcente: alivia inflamação e irritação

Marshmallow + alcaçuz + baunilha = doce

Usar em partes iguais e ferver por uns 15 minutos, é bastante doce e gostoso, e doce é o sabor do amor.

O sabor doce traz a sensação de amor, de nutrição por você mesmo.

Na fase Pitta, que vai aproximadamente dos 18 aos 55 anos, nós nutrimos os outros, nossos filhos, trabalho e na fase Vata precisamos nos nutrir. Também é importante desapegar e olhar para si mesma.

Fazer Bhastrica trabalha o músculo do coração.

Ouvido, nariz e garganta

Devemos mantê-los em boas condições para que Vata se mova.

– Secura no ouvido, nariz e garganta:

A menopausa traz secura para os 3 doshas: um pouco menos para Kapha, pouco para Pitta e muito para Vata. O que precisamos fazer é olear tudo.

Ouvidos: passe óleo de gergelim na parte de fora do ouvido.

Dica: no avião coloque algumas gotas de óleo numa bolinha de algodão e coloque na parte de fora do ouvido, por cerca de 20 minutos. Isso acalma o corpo, quando estamos voando ou quando estamos chegando no inverno.

Para quem tem predominância de Vata, deve-se fazer isso o ano todo pela manhã.

Passe óleo dentro do nariz também e devemos fazer isso porque quando os tecidos ressecam o cerebro diz: "Vamos produzir muco" e então começamos a formar muito muco, mesmo para quem é Kapha.

Quando falamos da garganta, estamos falando da saúde do nosso trato respiratório em geral.

Pippali é picante, mas o vipak (efeito pos digestivo) é doce e doce é kapha, é amor. Então fervemos 1/4 xicara de leite com 1/8 de colher de cha de pippali – ferva por alguns minutos e tome devagar especialmente depois da 10:00 e das 22:00. Isso da suporte para a garganta e para os brônquios (principalmente para os Vatas e Pittas). Da suporte para a garganta seca, tosse seca, brônquios fracos, condições asmáticas.

Fazer abhyanga com óleo de gergelim no inverno.

Juntas:

Combinar óleo de gergelim com óleo de mamona (castor oil), guggul, ashwaganda, amlak para dar suporte a lubrificacao das juntas.

Fadiga:

Se cuidar dos outros itens a fadiga diminuirá.

Vagina:

Shatavari Ghee para a vagina durante a noite como profilaxia. Use pequenas quantidades todos os dias. O óleo de gergelim também ajuda.

Acredito ser possivel encontrar os óleos e o Ghee medicado na farmácia Kalayasa, ou o Ghee você mesma pode fazer, basta encontrar uma manteiga de qualidade (posso ensinar quem precisar)

Para mais informações sobre Tiaggo Namaste: https://www.namasterasas.com.br/

Fonte: Tradução do Workshop do Yoga International – Kathryn Templeton

Fotos tiradas da Internet.

 

 

 

 

Vega Dharana: Supressão das Necessidades, Tipos, Sintomas e Controle

Esta é a tradução do artigo do link acima:
Todos nós temos expressões e nós demonstramos diferente emoções usando as mesmas. Nós passamos muitas informações e qualquer coisa que queiramos falar com ajuda das expressões, até mesmo sem falar.
 O corpo também tem algumas expressões. É uma linguagem silenciosa ou sinais que nos foi dado para passar alguma coisa. Elas são geradas pelo inteligente sistema do nosso corpo. Os transmissores da nossa mente deveriam estar alertas e prontos para entender e responder estas expressões. Elas aparecem na forma de reflexos naturais do corpo e necessidades. A Ayurveda as chama de Vegas.
 Coisas importantes pra lembrar sobre os Vegas:
•  quando o corpo quer eliminar coisas do corpo, ele produz estes Vegas.
•  este é o método do corpo de se manter saudável.
•  este também é um processo natural de desintoxicação no qual o corpo está tentando se proteger.
•  quando captamos estes sinais chamados Vegas, nosso trabalho (obrigação) é atendê-los imediatamente.
•  Vegas, quando atendida no tempo correto não só vai manter o corpo, mas a mente em estado saudável.
•  as coisas que querem sair devem ser retiradas. Quando nós obstruímos forçosamente, ou artificialmente, elas causam sérios danos ao corpo e à mente ao longo do tempo.  No entanto os Vegas não devem ser nem suprimidas nem controladas.  Devemos cooperar.
•  obstruindo a manifestação dos doshas repetidamente, o corpo aprende a segurar as coisas e segurar as excretas e as toxinas danificam as células, os canais e os órgãos levando a uma grande quantidade de doenças.
•  da mesma forma, os Vegas não deveriam ser criados artificialmente quando eles não estão se manifestando. Temos que permitir a manifestação natural deles.
 Estes Vegas são chamadas de Adharaneeya Vegas ou  manifestação natural dos reflexos (necessidades) que não deveriam ser controladas.
 Quais são os Vegas que não deveriam ser obstruídos forçosamente ou suprimidos?
O corpo produz 13 tipo de Vegas, que não deveriam ser suprimidos de jeito nenhum.  Eles são:
Udgara – necessidade de arrotar
Vata (adho Vata) – necessidade de liberar gases
Vit (pureesha) – necessidade de evacuar
Mutra – necessidade de urinar
Kshavathu –  necessidade de espirrar
Trut –  necessidade de beber água
Kshudha – necessidade de comer
Nidra – necessidade de dormir
Kasa – necessidade de tossir
Shrama Shwasa – necessidade de respirar ao fazer exercícios físicos
Jrumbha – necessidade de bocejar
Ashru – necessidade de chorar
Chardi – necessidade de Vomitar
Retas – necessidade de ejacular
      Adhovata veg Dharan –  necessidade de liberar gases, efeitos da supressão 
 Os gases tendem a se mover em duas direções. Se o vento se move pra baixo, provavelmente tem origem no cólon.  Se move para cima, tem origem do estômago ou da parte de cima do intestino. O vento se movendo pra baixo é chamado de adhovayu ou adhovata (gases).  O vento que se move para cima é chamado de Urdhwavata (arrotos).
 Os sintomas da supressão forçosa da necessidade de soltar gases estão mencionados abaixo:
– Gulma –  tumor abdominal, distensão abdominal, inchaço abdominal
– Udavarta –  movimento do vento para cima (movimento retrógrado), inchaço ou distensão do abdômen
– Ruk ou ruja –  dor no abdômen
– Klama –  cansaço, exaustão com o mínimo de trabalho
– Vata Sanga –  obstrução da passagem do gás
– Mutra sanga –  obstrução da passagem da urina
– Shakrut sanga – obstrução da passagem das fezes
– Drushti Vadha – perda ou visão borrada
– Agni vadha – perda do poder digestivo ou metabolismo baixo.
– Hrud gadaaha –  doenças do coração ou pressão para cima do coração levando aos distúrbios fisiológicos.
Sintomas da supressão de Udgara or  necessidade de arrotar não foram incluídos na lista das Vegas mencionadas nas referências clássicas, mas os sintomas tem sido enumerados no contexto.  O arroto ou movimento do vento para cima (Urdhwa Vayu)  pode ser considerado sub tipo de Vata Vega.  Na lista dos Vegas, vata foi mencionado. Vata  pode ser subdividido em – urdhwavata vega (arroto) e adhovata Vega (gases).
Sintomas de urdhwavata ou udgara
 Os sintomas da supressão forçosa da necessidade de arrotar estão mencionados abaixo:
– Aruchi –  perda da sensação do gosto, anorexia, aversão a comida.
– kampa –  tremores
– vibandha –  constipação
– Vibandha hrudaya –  sensação de aperto ou compressão no coração
– urasoho vibandha –  sensação de aperto ou compressão na região do peito
– Aadhmaana –  distensão do abdômen devido aos gases, inchaço
– Kasa –  tosse
– Hidhma –  soluços
Pureesha Vega –  necessidade de evacuar, efeitos da supressão
Sintomas:
– Pindikodweshtana –  cãibras na região da panturrilha
– Pratishyaya –  nariz escorrendo, congestão nasal
– Shiroruja –  dor de cabeça
– Urdhwavayu –  movimento do vento para cima
– Parikarta – dor cortante na região anal
– Hrudayasya uparidhana –  sensação de aperto ou compressão no peito
– Mukhen vit prakritti –  vômito das fezes ou sensação como se as fezes estivessem voltando pela garganta e boca,  hálito fecal.
       Mutra vega –  necessidade de urinar, efeitos da supressão
O sintomas da supressão forçosa da necessidade de urinar estão mencionadas abaixo:
– Anga bhanga –  dor em todas as partes do corpo
– Ashmari –  cálculos urinários
– Basti vedana – dor na região da bexiga
– medhra vedana –  dor no pênis
– Vankshana Vedana – dor na virilha
– Poorve cha prayo rogaaha –  doenças mencionadas no ‘adhovata Vega avarodha’ e ‘pureesha Vega Avarodha’ também se manifestam pela supressão da urina.
 Princípios comuns para o controle das desordens crescentes devido a supressão forçosa de Vata (flatulência), pureesha (fezes) e Mutra (urina) Vegas:
 As condições acima devem ser administradas com:
– Varti –  Supositório anais e uretral
– Abhyanga –  massagem com óleos vegetais (massagem no corpo em geral e na área púbica,  abdômen, região pélvica e em torno dos genitais também pode ser feito)
– Avagaha –  banho de banheira o banho de acento em líquidos com ervas como decocções, óleo,  leite etc
– Swedana – sudação
– Vasti Karma –  enemas terapêuticos com decocções de ervas, óleos, ghee ou leite
– Vid bhedi annapana –  alimentos que ajudam a passagem das fezes
Kshavathu Vega –  necessidade de espirrar, reflexo do espirro, efeitos da supressão 
 Os sintomas da supressão forçosa da necessidade de espirrar estão mencionadas abaixo:
– Shiro arti –  dor de cabeça
– Indriya dourbalya –  sensação de fraqueza nos órgãos sensoriais, percepção fraca pelos órgãos sensoriais
– Manya stambha –  rigidez na base do pescoço
– Ardita –  paralisia facial ou fraqueza dos músculos faciais
 Controle das desordens crescente devido a supressão forçosa dos espirros (Kshavathu Vega)
– Teekshna dhuma – forte fumegação,  defumação com ervas que são muito fortes e intensas
– Anjana –  colírio de ervas
– Navana –  medicação nasal, gotas, rapés
– Arka vilokana –  olhar para o sol diretamente
– Sneha –  oleação
– Swedana –  sudação, fomentação,  terapia para suar, vapor
Trishna Vega – Necessidade de beber água, reflexo da sede, efeitos da supressão
 Sintomas da supressão forçosa da sede ou da necessidade de beber água só mencionadas abaixo:
– Shosha –  emagrecimento, sensação de secura no corpo
– Angasada –  fraqueza, debilidade inexplicada
– Badhirya – surdez
– Sammoha –  perda da consciência
– Bhrama –  vertigem
– Hrud gada –  doenças do coração
 Administração das desordens crescentes devido a supressão forçosa da sede
Sarva Sheeta vidhi –  todas as medidas que são de natureza refrescante deve ser planejadas o que inclui comidas frias,  bebidas (água)
 Banhos e outros confortos.
Kshudha vega –  necessidade de comer, reflexo da fome, efeitos da supressão
– Angabhanga –  dores no corpo, sem serem específicas
– Aruchi –  anorexia, aversão a comida, perda do paladar
– Glani –  debilidade
– Karshya –  Emaciação ou perda de peso
– Shoola –  cólica, dor abdominal
– Bhrama –  vertigem, delírio
 Administração de tais desordens:
– Laghu bhojana –  comidas que são fáceis de ser digeridas
– Snighdham bhojanam –  comidas que são untuosas  ou substâncias oleosas como óleo, Ghee, etc.
– Ushna bhojanam –  comidas quentes e frescas
– Alpam bhojonam –  menos quantidade de comida
Nidra Vega –  necessidade de dormir, efeitos da supressão
 Sintomas da supressão forçosa do sono ou da necessidade de dormir são mencionadas abaixo:
– Moha –  delírio
– Murdha gourava –   Peso na cabeça
– Akashi gouravam –  peso nos olhos
– Alasya –  preguiça,  lassidão
– Jrumbha –  bocejos
– Angabhanga –  dores no corpo
Administração de tais desordens:
– Ishta swapna –  sono compensatório
– Samvahana –  massagens calmantes
Kasa vega –  necessidade de tossir, reflexo da tosse, efeitos da supressão
 Sintomas que aparecem devido essa supressão constante:
– Shwasa –  falta de ar, dispneia, dificuldade de respirar
– Aruchi –  falta de paladar, anorexia, aversão a comida
– Hrudamaya –  desordens cardíacas
– Shosha –  emaciação,  esgotamento dos tecidos, sensação de secura no corpo
– Hidhma –  soluço
Administração de tais desordens:
Kasaha sutaraam vidhihi –  devemos administrar essas condições nas linhas da administração da Kasa,  todos os princípios e tratamentos efetivos no tratamento de Kasa roga ou tosse (doença)  são recomendadas nessas condições.
Shrama Shwasa Vega – Necessidade de respirar ao fazer esforço, efeitos da supressão
 Sintomas
– Gulma –  tumores abdominais, extensão do abdômen ou inchaço
– Hrud roga –  desordens cardíacas
– Sammoha –  perda de consciência, desmaio, delírio
Administração de tais desordens
– Vishrama –  descanso
– Vataghna kriya Krama –  tratamentos, remédios e controle da dieta e combate ao Vata
– Jrimbha Vega –  necessidade de bocejar, reflexo do bocejo,  efeitos da supressão:
Os sintomas da supressão forçosa do bocejo são similares àquelas da supressão do espirro
Administração: Sarvaha cha anila kit vidhihi –  todos os remédios, tratamentos, dieta, estilo de vida que equilibram Vata são recomendados
Ashru Vega –  necessidade de chorar,  efeitos da supressão 
 Sintomas da supressão forçosa das lágrimas:
– Aruchi:  perda do paladar, anorexia, aversão a comida
– Bhrama:  vertigem, delírio
– Gulma:  tumores abdominais, inchaço do abdômen, estômago “cheio”
 Administração de tais desordens:
– Swapna:  dormir
– Madhya:  Álcool medicado
– Priya katha:  histórias agradáveis, conversar sinceras e interações com as pessoas próximas e queridas
Chardi Vega –  necessidade de vomitar,  reflexo do vômito, efeitos da supressão
Sintomas:
– Visarpa –  Herpes, erisipelas
– kotha –   Erupções na pele o brotoejas
– kushta –  doenças de pele
– akshi roga – doença nos olhos
– Kandu –  coceira, prurido
– Pandu –  anemia, doenças do fígado
– Jwara –  febre
– Kasa – tosse
– Shwasa –  falta de ar, dispneia
– Hrullasa –  náusea, sensação de vômito
– Vyanga –   Pigmentação na face,  sardas
– Shwayathu –  inflamação, inchaço, edema

Administração de tais desordens:

– Gandusha:  fazer gargarejo com líquidos medicinais como kashayam
– Dhumapana – Defumação com ervas
– Anahara – jejum
– ruksha ahara –  comidas secas
– Vamathu –  indução do vômito
– Vyayama –  exercícios
– Asra sruti ou Rakta Mokshana – sangria
– Virechana –  purgação ou remédios purgantes
Shukra Vega –  necessidade de ejacular o sêmen, reflexo ejaculatório, efeitos da supressão 
 Sintomas:
– Sravanam –  liberação ou vazamento de sêmen (gotejo)
– Guhya Vedana –  dor na virilha, testiculos
– Shwayathu –  inchaço ( na região genital, períneo, testículos)
– Jwara –  febre
– Hrid vyatha –  sensação desconfortável na região do coração,  problemas cardíacos
– Mutra Sanga –  obstrução do fluxo da urina
– Anga bhanga –  dores no corpo
– Vruddhi – hernia
– Ashma – formação de pedras no canal urinário e no canal seminal
– Shandata –  impotência
Administração de tais desordens:
– Tamrachuda –  carne de frango ou de galinha
– Sura –  bebidas fermentadas medicadas
– Shali –  preparações de arroz
– Vasti –  Enemas medicados
– Abhyanga –  massagem com óleos medicados
– Avagaha –  banho de banheira ou imersão em fluídos medicados, principalmente óleo
– Vasti Shuddhi –  remédios e tratamentos para limpar a bexiga
– Priya striyaha –  relação sexual com a mulher amada
Dhaaraneeya Vega –  necessidades que precisam ser controladas e não expressadas
As necessidades abaixo devem ser controladas e não expressadas:
– lobha –  ganância
– Irshya –  inveja
– Dwesha –  Ódio
– Matsarya –  ciúmes
– Raga –  apego
 Efeitos de Veg Dharan
 Todas as doenças são manifestadas por um dos dois mencionados abaixo:
Vega udeerana:  iniciar as necessidades forçosamente quando elas não estão iminentes ou quando o corpo não está produzindo os reflexos.
Vega Dharana:  segurar ou suprimir forçosamente as necessidades que são iniciadas pelo corpo
 Todos estes Vegas, quando forçosamente obstruídos ou suprimidos afetam o Vata. Este Vayu  prejudicado se move  descontroladamente  em direções não desejadas principalmente para cima.   Esta condição é chamada de Udavarta. Embora tratamentos individuais (específico a um Vega Dharana em particular)  tenham sido discutidos nas passagens anteriores, o critério principal será controlar o Vata,  regularizar o seu movimento e equilíbra-lo.  Consequentemente, controlar Vayu é o remédio principal para Udavarta causado por Vega dharana.
 Depois de ler este verso, o título do capítulo em que Vagbhata explicou os Vegas, que é ‘Roganutpadaneeya’  pode ser dividido em ‘ Rogan’ + ‘Utpaadaneeya’ que são aquelas que causam doenças. Isso significa dizer que, a Vega Dharana ou udeerana é responsável pela causa de todas as doenças.
 Se não for controlado em tempo, O Vayu afetado  que tomou caminhos anormais tenderá a perturbar os outros e danificar os tecidos e os orgãos do corpo. Isto leva a uma ampla variedade de doenças psicossomáticas, que podem se tornar difíceis de tratar com o tempo.  Com cronicidade, o corpo será treinado a considerar “conter as necessidades“ e “Udavarta”  como um fenômeno normal. Os menores problemas serão  transformados em desastres e as doenças  ficarão tecnicamente sob a categoria de incurável.
 Antes de terminar
Vega Dharana não se trata apenas de segurar as necessidades ou deixá-las ir. É também sobre respeitar as dinâmicas e expressões do corpo.  Nós as respeitamos e ganhamos respeito na forma de mente-corpo equilibrado e saudável.  O capítulo em que “Rogaan anutpaadaneeya”, que é “aquelas que não permitem que a doença se manifestem”.  Isso significa dizer que se os Vegas não forem suprimidos, nós podemos manter longe uma ampla variedade de doenças. Isso também significa que nós podemos obter ou prevenir muitas doenças por ignorar ou  cuidar das pequenas expressões do corpo respectivamente.
 Leitura relacionada: Ashtanga Hridaya Sutrasthana – 4º capítulo
 Quando o corpo quer jogar alguma coisa para fora do sistema e se proteger ao longo do tempo, apenas coopere, permita que o corpo expressa de forma natural. Você pode perder muito  por tentar mudar as atividades do corpo.
O  controle da nossa saúde está nas nossas mãos. Tudo que você precisa fazer é usá-la com habilidade. Apenas admire e cuide das expressões do corpo no momento certo e  isso fará com que você fique no melhor de sua saúde.
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Artigo de Dr. Raghuram Y.S. MD (Ay)