Preparo, Samskaras & culinária Ayurveda- Namaste responde

Não deixe de assistir o vídeo para pegar todos os detalhes, faço este resumo para facilitar os nossos estudos.

No geral:

Vata não digere bem proteínas

Pitta não digere bem gorduras

Kapha não digere bem carboidratos

No geral:

Trigo é bom para Pitta

Milho é bom para Kapha

Arroz integral é bom para Vata

O preparo é muito mais importante em relação ao que que é o alimento em si.

O milho é um alimento anti-Kapha que agrava um pouco o Pitta (quente) e o Vata (porque o milho é seco) – se for cozido na água.

Mas, se cozinhar o milho na forma de canjica, ela fica pesada e fresca por causa do leite e se colocar erva doce é melhor ainda para Pitta.

Se feita com leite de amêndoas, fica quente.

A pipoca agrava muito o Vata.

A pamonha é muito boa para Vata.

Melancia é boa para Pitta por que ela tem o atributo de frio e alcaliniza o sistema.

Coco é bom para Pitta, porém Pitta é ligeiramente aquoso e se esse atributo estiver em desequilíbrio ele pode desequilibrar o Pitta.

O molho de tomate deixa o macarrão integral bastante pesado.

O leite cozido dentro do pão, não fica incompatível.

Água fervida reduzida à metade!

Como sempre digo, não deixe de ver o vídeo para pegar toooodos os detalhes.
Agradeço a ajuda do meu marido Marcos para a digitação do texto.
  • É uma das melhores formas de cuidar do Agni.
  • Pode ser dado para qualquer pessoa, gestante, mulher mestruada, bebê, Agni fraco.
  • Não deve ser feita em panela de alumínio e deve ser reduzida com fogo alto (porque estamos colocando o elemento fogo na água, colocando “Pitta” na água)
  • Tudo que é intenso demais agrava Vata.
  • A água reduzida melhora o Agni.
  • Aumenta o atributo de tikshna no corpo, mesmo que ela seja tomada fria.
  • Ayurveda regula o prana, não regula vitamina ou o mineral, a proteína ou qualquer coisa que seja.
  • É sempre importante cantar mantras quando medicamos algum óleo, para purificar o ambiente.
  • Pode ser usado em 90% dos casos.
  • O jejum terapêutico é para trazer a fome de volta.
  • Atributo da água reduzida: tikshna
  • Mas se a pessoa não estiver letárgica, mas estiver com muita água na boca, fazer uma caminhada e pegar vento pode ser melhor
  • Sensação peso: caminhar longa distância é melhor.
  • Tanto no atributo de frio quanto de pesaroso (manda) a água reduzida funciona muito bem.
  • Fica tomando o dia todo e não precisa ser quente.
  • Pode ser feita com hibisco/coentro/gengibre.
  • Água reduzida e no final acrescentar limão é muito bom para desintoxicar o sistema, de manhã, em jejum – quando comeu pizza no dia anterior.
  • O ideal é que ela seja feita e consumida no mesmo dia e deve ser feita em vários rounds (vezes).
  • Cuidado com o Pitta agravado, quando isso acontecer é melhor usar a semente de coentro, hibisco.

Ayurveda embarcado! Dicas para evitar maré vatiada

Neste vídeo eu fiz um resumo bem sintetizado, não deixe de ver o vídeo.

Agradeço a ajuda do meu marido Marcos, pela digitação do texto.

Nosso Agni é projetado para o chão firme. Em situações onde o Agni está instável, é importante atender a fome quando ela aparece, estimular a fome em horários determinados.

Quando estiver embarcado, o limão é muito importante, porque ele melhora o vishana Agni (o ácido estabiliza e esquenta)

Tem um tempero, que é o Lemon Pepper, que é bom também.

Para estimular o vishama Agni:

Limão, Ghee, sal rosa, sal de rocha, nadi shodhana também é importante, pelo menos uns 5 minutos em cada refeição.

Embarcado, tem uma grande chance de ressecar o sistema, então é bom tomar água morna, água de coco, uma mistura de água, limão, açúcar mascavo. Evitar água pura.

Só temos fome direito, se nossas células estão hidratadas corretamente.

Como sei que estou hidratado?

O céu da boca fica relativamente úmido.

Fazer oleação interna e externa também ajuda, mas para fazer oleação tem que ter sol.

Saúuuude! Em uma perspectiva integrada e bem resolvida

Neste vídeo eu fiz um resumo bem sintetizado, não deixe de ver o vídeo.

Agradeço a ajuda do meu marido Marcos, pela digitação do texto.

Prana: princípio vital inteligente que governa a nossa vida
Temos que cuidar do Prana (exemplo do carro movido a gasolina) o Prana não é só a gasolina do nosso corpo, ele molda o nosso corpo.
Estados de saúde no Ayurveda:

1º É um estado que você está livre de padecimentos (não está se sentindo mal agora) esse é o estado mais “chulo” que você tem – esse é o estado que a medicina moderna avalia.

2º você está estabelecido em si mesmo e começa a ter um certo grau de harmonia interna – você está de boa, sente bem estar interno, está estabelecido na consciência cósmica, conseguimos estabelecer os nossos limites e conseguimos digerir bem as flutuações de energia do nosso sistema.

Quanto menos toxina no sistema, mais a gente consegue diferenciar o que faz bem para a gente.

3º É o estado (Shuka) onde você desabrocha, tudo funciona bem, temos uma sensação profunda de agradecimento pelo universo, pelo fato de poder existir, temos contentamento (ananda) é a felicidade de poder servir.

Alimentação Kapha primavera vs inverno: Detalhes críticos anti-Kapha (rtucharya hemanta vasanta)

Como sempre digo, não deixe de ver o vídeo para pegar toooodos os detalhes.

Agradeço a ajuda do meu marido Marcos para a digitação do texto.

Temperos:

Na primavera estamos impactando o verão e no inverno úmido estamos impactando o inverno seco.
3 rasas que tratam Kapha: Tikta (amargo), Katu (picante), Kashaya (adstringente)
Na primavera tratamos o Kapha muito mais pelo Tikta (amargo) do que pelos outros.
Orégano, tomilho, temperos de pizza, são picantes amargos.
Na primavera podemos usar, jiló (chutney) enquanto que no inverno úmido é preciso usar pimenta brava, bem picante.
O que a gente põe no prato não vai mudar tanto. O que muda?

No inverno colocamos mais pimenta nas batatas e não tem problema.
Chutney de mamão, chutney de gengibre -> são muito picantes no inverno

Para primavera:
Batatas: bardana, raiz de lótus, rabanete, nabo e cará também
As coisas que secam e esfriam ganham prioridade
No grupo Kapha tem o que seca e esquenta e o que seca e esfria
Batata-doce, mandioca cozida = secam e esquentam
A abóbora também esfria, mas não é adstringente, é melhor para o verão
É preciso fazer uma transição entre o inverno e o verão

Grupo água:
quinoa, Cuscus de milho e Cuscus de trigo (marroquino)
Grande grupo anti-Kapha
Cevada, cevadinha, centeio, painço, milho, trigo sarraceno -> esquentam mais -> são mais para o inverno úmido

Grupo fogo:
Feijões, feijão branco, queijo vegano, pizza vegana
grão-de-bico, ervilha esquentam -> não usar muito
Cogumelo (todos os tipos) também é bem-vindo porque é frio e seca.
Esta é a época de comer muito cogumelo
cogumelo não dá muitos gases
Carnes: frango
Não comer ovo! Ovo é para o outono -> é quente e umedece -> ovo é péssimo para o Kapha e para o Pitta

Grupo do cachorro quente:
Alho, cebola, tomate, pimentão, alho poro, berinjela, azeitona, alcaparra, alcachofra, conserva de palmito, aspargo em conserva
Deste grupo alcachofra, palmito e aspargos frescos -> tendem a esfriar e tendem para o amargo e adstringente -> ótimo para a primavera
Faz um Cuscuz marroquino com cogumelo
“Nira” = alho japonês não esquenta tanto , é bem suave.
Cebolinha também pode.
Não comer arroz integral: ele aumenta a quantidade de plasma no sistema e é complicado para a primavera
Pimentão / cebola crua no final da refeição, faz o Kapha sair para fora.

Grupo vento: (verdes)
Coisas mais amargas: almeirão, jiló, alcachofra, chicória, uma ou duas folhas de moringa, coloque muito louro para essa época do ano, diminui assafétida , aumenta o louro que é amargo e adstringente

Comer babaganush (berinjela) só de vez em quando, eventualmente um tabule.

Repolho, alface roxa
Quanto mais quente vai ficando, mais vamos comendo coisas cruas e roxas, de preferência quando esquentar mais ainda, crua verde: alface
A rúcula é muito boa para essa época.
A diferença é que no inverno úmido a gente come coisas que são cozidas e relativamente picantes e amargas
Na primavera a gente vai para o cru, picante, mas principalmente amargo.
Os picantes moderados são: orégano, manjericão, tomilho, ervas finas
Ele fez um chutney de jiló e no final ele coloca um pouco de mel -> disse que ficou muito bom.

Amargo é vida na primavera!
Tome babosa, chá de Carqueja, erva-doce com boldo -> aumenta a quantidade de amargo por que ele vai fazer com que eu não exploda o Pitta no verão.
O adstringente restringe o fluxo, então chuchu tem que ser comido moderadamente
Nesta época a tapioca é bem sequinha com Mel.

Kapha e Rotina Anual – Revisão Ritucharya em Termos Indiano…

Como aprendo muiiiito com o Tiago, gosto de fazer estes resumos dos vídeos dele, mas não deixe de assistir ao vídeo para pegar todos os detalhes que um texto não consegue transmitir.

No mundo contemporâneo a noção de que Kapha só agrava na primavera, muitas vezes não é verdade. Do ponto de vista prático, a gente tem que começar a cuidar do Kapha, aqui no Brasil de abril a junho.

Traduza vasanta Como primavera metabólica. Quando você começar a secar no Vata e quando você começar a esquentar no Pitta em algum grau o sistema começa ficar instável. No caso do Kapha isso não é tão verdade, quando tem as condições ideais do Kapha de frio e congelamento, não é nesse momento que você vê o processo de overflow, o processo de transbordar ou degelar o acúmulo prévio. Na Ayurveda, a gente diz que o kapha tem um processo de acúmulo surdo, ele fica submerso.

De uma forma prática, sempre que você tem uma estação fria e úmida consistente e logo depois bate um sol na lata, as chances do Kapha se estabacar é grande, porque esse processo de aquecimento súbito, que é o que a primavera metabólica faz, é um desafio metabólico mesmo para os Vatas e pros Pittas porque o Kapha no corpo de todo mundo vai estar passando por esse processo de degelo. Todo mundo, independente da constituição, quando chega esse calor na lata tem que ficar ligado para ver se o sistema está tendo perturbação de Kapha.

Então é interessante fazer um vamana antes do sistema entrar em enchente, remove-se o problema antes dele causar um ponto crítico.

Quanto mais seco o verão, menos ele é um problema para o Kapha, quando é muito quente e úmido, isso não relaxa o Kapha, ele fica cozinhando.

Se na primavera metabólica a gente entope o kapha de pimenta e faz um vamana preventivo, do ponto de vista ideal, no verão úmido a gente entope o kapha de coisas cruas, germinadas e amargas para conseguir sugar o material que está ali sem conseguir evaporar.

Mas a população da normose, por volta de abril, quando as pessoas começam a andar de casaco e estão mais em casa, já começamos a usar pimenta, coisas picantes com ácido, porque ali vai ter um Vata meio que ao redor também, isso vai acalmar o vata para que você possa bater na cara do Kapha, dando uma esmola para o Vata com o ácido.

Você fica muito frio e seco isso não agrava muito o Kapha, no sentido de que o corpo perde umidade para o meio. Nesse caso o grande vilão da história é o Vata.

No Brasil, como a gente não tem neve, nós não vivenciamos o conceito de inverno seco, o nosso inverno tende a ser úmido, então a gente tem que usar picante e amargo junto, porque o amargo abre espaço para o sistema dar descarga e o picante é a descarga. O amargo transforma o Kapha mais pesado em algo mais leve.

Melão de São Caetano, bertalha, taioba, alecrim, espinafre, eles são picantes e verdes amargos. Rúcula é mais para o verão. Agrião para primavera.

Se o Kapha ficar comendo no inverno úmido quiabo, que é teoricamente bom para o Kapha, no inverno úmido pode ser que ele tenha uma congestão, se não encher de pimenta.

Kapha não sabe metabolizar muito bem coisas adstringente se ele estiver congelado, porque o adstringente para um pouco o fluxo das coisas, então coisas adstringente demais são boas pra você colocar junto do amargo no verão, que faz com que o sistema puxe a água num momento onde o corpo tem calor para digerir o adstringente.

Para o Kapha funcionar no inverno úmido (no ponto de vista brasileiro, o mais importante) ele precisa comer picante e amargo. Sem o amargo ele não consegue mobilizar o muco mais profundo do sistema. Comer coisas verdes escuras e picantes, espinafre e bertalha é muito bom.

No inverno a gente tem que aumentar a quantidade de amargo porque se não ele fica obstruído.

Nadi Shodhana, Respiração Polarizada/Narinas Alternadas

Narina esquerda:

  • sistema parassimpático
  • desacelera o metabolismo
  • quando vai dormir e vai dormir bem, a narina esquerda está funcionando muito mais
  • 10 a 15 minutos após acabar de comer, esta narina está funcionando mais, ficamos com sono

Narina Direita:

  • Sistema simpático
  • acelera o metabolismo
  • Quando acordamos bem e acabamos de comer: esta narina está funcionando mais

Nosso sistema parece uma gangorra e o problema é quando o sistema fica parado de um lado só.

Temos que manter o sistema estável.

Na hora do por do sol e do nascer do sol as narinas entram em fase e com isso a gente consegue fazer com que haja uma sensação de bem estar. Equanimidade=está tudo certo

Quando elas entram em fase, há liberação de hormônios de prazer (serotonina…)

Respiração lunar

Entra pela esquerda, solta pela direita = ela refresca o sistema e traz nutrição

Respiração solar

Entra pela direita, solta pela esquerda = ativa o metabolismo, esquenta, deixa a gente mais dinâmico.

É bom centrar para ter um efeito no corpo prânico também, no sistema de consciência. Os dedos encostando na testa ajuda a nossa mente a se voltar para dentro.

Com esta prática o nosso corpo relaxa e isso nos mostra algo que estava por vir, como um sono, um cansaço…

Se uma narina estiver entupida, faz pela que está livre.

Começamos pela esquerda para aumentar a imunidade, relaxar, ajudar a dormir. É possível fazer sem as mãos.

ideal:

2 a 3 minutos antes do almoço e no final da tarde, por volta da 17:00 ou 18:00 e 5 a 10 minutos antes de dormir. Isso é melhor que qualquer coisa no mundo para harmonizar Vata, é tudo de bom, traz foco,  concentração, intestino funciona direito, ajuda a ter a sensação que descansou após dormir (quando feito com frequência).

Sem prender, fazer a retenção, porque para fazer isso o nosso corpo precisa estar sem toxina.

ANALYSIS OF AAHARASAKTHI AS ONE AMONG DASAVIDHA PAREEKSHA

http://www.iamj.in/posts/images/upload/2226_2230.pdf

Abstrato 

Dasavidha Pareeksha é explicado dentro do contexto de Rogi Pareeksha. Aahara sakthi é um entre os Dasavidha Pareeksha e é o único fator que ajuda na determinação do status do Agni. A determinação do status do Jataragni é muito importante no planejamento futuro do tratamento. O status do Agni pode ser avaliado olhando na qualidade e quantidade de comida ingerida e quão propriamente está sendo digerida no tempo certo. Os Lakshanas de Jeernahara ajuda a avaliar se a quantidade de comida ingerida teve uma digestão correta. Junto de Jeernahara Lakshanas, Mala Pareeksha pode também ser considerado como critério para determinação do status do poder digestivo em uma pessoa.

Introdução

Dasavidha Pareeksha é mencionado em Rogi Pareeksha para avaliar a Bala de um paciente. O termo Bala está indicando tanto Deha e Dosha balas, a  avaliação deles é muito importante no contexto do planejamento do tratamento.

Porque Aaharasakthi é o fator que determina o Agnibala do paciente. De Trividha Pareeksha em outras palavras Darsana, Sparshana e Prashna, Aaharasakthi pode ser avaliado pelo Prashna pareeksha. Agni é o fator que mantém o equilíbrio de todos os Doshas, Dhatus e malas do corpo, o distúrbio do mesmo é a causa de quase todas as doenças. O Agni age na Aahara que é ingerida e a converte em fatores homogêneos responsáveis pela nutrição do corpo. Nenhuma transformação no corpo é possível sem a ação do Agni.

Aahara e sua importância: A Aahara que é ingerida deveria ter certas qualidades para a própria manutenção dos Doshas e Dhatus.  Nosso corpo e nossas doenças se originam da Aahara. É o fator principal de controle com relação ao status do Agni. Aahara E Aushada dravyas podem ser classificados em guru e laghu dependendo dos seus swabhava e samskara. Guru Aahara deve ser consumida apenas em menos quantidade comparado com laghu Aahara porquê ela tem a tendência de diminuir o poder do fogo digestivo. A quantidade de comida, seja guru or laghu tem um papel fundamental na digestão apropriada.

A quantidade de comida deveria ser determinada de acordo com o Agnibala da pessoa. Em Aharavidhi vidhanas e Aahara vidhi visheshayathananis a importância da quantidade de comida está sendo destacada. A quantidade de comida não deve alterar o equilíbrio dos doshas e ter uma digestão correta em tempo apropriado é considerado como Matravat Aahara.

Aahara Sakthi é determinado por dois fatores que são Abhyavahara Sakthi e Jarana Sakthi. Abhyavaharana Sakthi: é a quantidade de comida que a pessoa pode consumir em uma refeição específica, varia de pessoa para pessoa e é determinada por certos fatores como Prakruthi e o tipo de Aahara consumida. 

Prakruthi são as qualidades natas de um indivíduo. Evidentemente uma pessoa com Prakruthi Pitta Deveria consumir mais comida comparado a Vata e Kapha devido às gunas Teekshna e Ushna de Pitta. Para uma pessoa com Prakruthi Kapha é explicado para consumir menos quantidade de comida e bebidas. Então Abhyavahara Sakthi é qualquer quantidade de comida consumida e que passou por Samyak jarana no tempo apropriado. 

O tempo necessário para a quantidade de comida apropriada ser digerida é considerado 4 yama e para aushada é 2 yama. Em clássicos os humanos são instruídos a comer apenas duas vezes que são pela manhã e à noite. Comer entre estes períodos é extremamente proibido, mas hoje em dia comemos de 3 a 4 vezes por dia.

Jarana Sakthi – a capacidade para digestão é o segundo fator que determina a Aahara Sakthi, depende principalmente do Agni da pessoa. De acordo com Anumana pramana Agni Bala de uma pessoa pode ser avaliado pelo poder de digestão que é Jarana Sakthi. Agni, que é puramente um fator objetivo, não pode ser avaliado de fora. Então para avaliar o Agni, temos que considerar quão oportuna e apropriada a digestão da comida ingerida ocorre. 

Jeernahara lakshanas: eles são os sinais e sintomas dos quais a pessoa deveria inferir a oportuna e apropriada digestão da comida. 

Existem referências para Jeernahara lakshana em muitos clássicos. Eles podem ser amplamente classificados em Sareerika e Manasika. Sinais Sareerika (físico) Incluem Udgara sudhi (arroto sem gosto), yadhochita vegotsarga (eliminação dos malas na hora oportuna) e Swasta vrithanuvriti (continuação de ser saudável). Sinais Manasika (mental) incluem Utsaha (felicidade). 

Sintomas que podem ser obtidos por um médico incluem Sareerika (físico) que são arrotos de três estágios do Avastha paka, ausência de Daha no peito e no estômago, leveza de trabalho, apetite, aptidão para o trabalho, resistência etc. Manasika – sintomas mentais incluem Vishudha (sensação de limpeza), Visada (Mente clara), Sukha (prazer), Kanksha (desejo por comida) e Pipasa (sede).

Fatores que afetam o status do Agni (Jarana sakthi) 

O Status do Agni é determinado por certos fatores como Prakruthi, Rtu e Vaya.

Prakruthi e Agni (Jarana Sakthi) – em pessoas com a constituição Vata, devido a influência do Dosha Vata em Agni adhishtana o status do Agni será na maior parte das vezes Vishama. Em pessoas Pitta, devido às gunas Theekshna e Ushna de Pitta o status do Agni será Theekshna e em pessoas Kapha devido à influência do kapha Dosha o status do Agni será Manda. Mas de acordo com o Tara Tama bhava das gunas dos Doshas situado no koshta, o status do Agni pode variar. 

Prakruthi and Rtu: As seis estações são amplamente divididas em Adana e Visarga Kalas. Sisira, Vasantha e Greeshma rtus estão inclusos em Adana kala. Durante Adana kala há predominância de Agneya gunas devido à influência do sol. Então, haverá aumento no Agni bala. Varsha, Sarat e Hemanta rtus ficam em Visarga kala onde acredita-se que à influência da lua é maior. Então haverá aumento em soumya gunas no entanto diminuição do status do Agni. 

Prakruthi e Vaya: em Bala e Vridha avastha o status do Agni é Manda enquanto que em Yauvana, o Agnibala será Pravara ou Theekshna. 

Tipo de Aahara e Status do Agni: Guru Aahara tem um efeito adverso no status do Agni. Guru Aaharasakthi são por natureza supressores do apetite. Laghu Aahara, por natureza, são considerados estimulantes do apetite. 

Mala Pareeksha: Mala pareeksha é uma entre as Astasthana Pareekshas. Um indicador importante da digestão normal está relacionado a natureza da matéria fecal ou Mala eliminado por um indivíduo. Os parâmetros a serem observados durante Malapareeksha são tempo, número e quantidade de movimento, Akriti ou aparência das fezes, Samhatatva ou consistência, cor e Gandha ou cheiro da Purisha (fezes).

Jala Pareeksha da Pureesha: quando um pouco da pureesha é colhida em uma bacia de água limpa e observado se afunda ou boia. Se afundar, podemos inferir que Aahara Pacha satisfatóriamente aconteceu em Adho Amashaya. O fato das fezes afundarem também indica absorção de água adequada no Pakvashaya. Quando as fezes combinadas com dosas afundam na água, tem cheiro ruim e saem em grande quantidade frequentemente é conhecida como Ama (imatura) e é um indicador de Jataragni Mandhya. Então a habilidade funcional ou status tanto da Pakvashaya e Adho Amashaya são inferidas pelo exame da Mala. Então formada adequadamente e expelida em quantidade e no tempo apropriado, Pureesha é lakshana de um Jataragni funcionando corretamente.

Discussão 

Agni que é um conceito único da Ayurveda é o fator que é responsável pela transformação da comida ingerida em Saara e Kitta. Na ciência moderna pode ser correlacionado às enzimas produzidas por várias glândulas digestivas no trato gastrointestinal no caso da conversão da comida em fezes depois de passar pela digestão apropriada. Agni é responsável pela nutrição de todos os componentes do corpo em estado de equilíbrio. Um Agni obstruído pode causar a destruição da existência do corpo. Sendo um parâmetro interno, pode ser avaliado externamente olhando vários sinais e sintomas. Aaharasakthi é o fator mencionado por Acaryas em clássicos para a determinação do status do Agni de examinação da Rogi. Agni exerce um papel Importante em determinar a Sadhyasaadhyatha da roga e nos passos adicionais do planejamento do processo de tratamento. Considerando a qualidade e a quantidade de Abhyavaharana (ingestão) e Jarana (digestão) que são os dois fatores que determinam quão apropriadamente a digestão está sendo feita no intestino, a eficiência do poder digestivo em um indivíduo pode ser avaliado. Como Mala é o único produto final da digestão que nós podemos examinar com os nossos olhos (que é Prathyaksha pramana), também pode ser considerada como critério que ajuda determinar o Agnibala. 

Conclusão 

Aahara Sakthi é uma entre as Dasavidha Pareeksha com o propósito de analisar o Agnibala de um paciente. De Abhyavaharana e Jarana Sakthi, o fator principal determinante do Agnibala é o Jaranasakthi. Aaharasakthi de uma pessoa varia de acordo com vários fatores como Prakruti, Rtu, Vaya, tipo e Matra do Aahara, Vihara etc. A preservação do Agnibala é essencial para manter Swasthya. Formação e expulsão apropriada da Mala também pode ser considerado como critério em avaliar o status do Jaranasakthi. Somente depois de avaliar o Aaharasakthi, um tratamento pode ser planejado em um Rogi.

CAD 16 – alimentação para agravamento de Kapha – “Transcrição do Vídeo”

Desequilíbrios de Kapha

Letargia, muco, alergia, apego, sobrepeso, excesso de tecido, inchaço, drama, conservadorismo, carência, digestão pesada, procrastinação, “auto-enrolação”, baixa auto estima,  falta da capacidade de dizer não,  baixo ego (no sentido ruim),  bronquite, sinusite,  rinite, diabetes, pâncreas com problemas diversos, estômago com indigestão crônica, problema de circulação,  pressão alta – não tão alta – mas crônica,  dor de cabeça (mas uma dor de cabeça como se a cabeça estivesse inchada, a cabeça fica pesada),  problema renal (principalmente a dificuldade de metabolizar a quantidade de líquidos e não tanto de  infecção),  cálculos (no geral qualquer tipo de cálculo tem Kapha  envolvido –  no fígado é mais Pitta,  mas também Pitta-Kapha) e  principalmente focar no agravamento de Kapha a idéia do lerdo/pesado.

As pessoas de Constituição Kapha/Vata se ferram prioritariamente no pulmão e no rim que são órgãos Kapha/Vata.  Essa pessoa digere mal porque gera gases e digere mal porque fica pesada.  Essa Constituição, a gente esquenta com bastante picante.

Proibidões

“ quase toda comida“

Tudo que é laticínio menos Buttermilk (soro do leite) 

Tudo que é pesado na alimentação 

Gramínea proibida: trigo, aveia e arroz branco 

“ele deve comer principalmente proteínas (grãos) com pimenta” 

Ovo é pesado e ele não digere bem, a não ser que seja uma quantidade pequena. 

Tudo que germinado é bom desde que ele seja cozido antes de comer.

Da aveia e do trigo, só o farelo que é uma forma mais leve. 

O que agrava Kapha, prioritariamente, é que ele come antes da outra refeição ser digerida,  ele só precisa de duas refeições no dia.  Por causa  do Agni mais  lento, quase tudo intoxica Kapha.  Ele tem mais tendência a gerar ama, porque ama é sempre produzido, num primeiro momento por manda Agni, que é quando o Agni fica mais lento e pesado,  quando o kapha agrava ele gera manda Agni também e é por isso que na cultura do Ayurveda, Kapha tem comer muita pimenta.

Ele pode comer comida crua desde que esteja picante. 

É importante para o Kapha não ficar tomando água, ele é intoxicado por líquido,  então ele deve sempre tomar água fervida (no mínimo).

E de preferência morna se ele não estiver com calor. E se ele estiver inchado só deve tomar água que foi reduzida à metade (essa é uma ótima forma dele desinchar).

com relação aos sais minerais, ele tem excesso disso, então não tem problema tomar a água fervida.

Inhame só no verão

Dormir depois do almoço

Não ter momento afetivo na vida (que é o principal alimento do kapha, afeto e carinho é o principal nutriente na vida dele).

Ficar em um ambiente onde tenha muito luxo e conforto,  ele precisa de austeridade.

  • O Kapha saudável sabe que tem que levantar antes no nascer do sol, porque depois que nasce o sol ele é uma lesma pelas próximas 4 horas.
  • O Vata sabe que tem que ir ao banheiro cedo porque se não ele é um balão de ar o dia todo. 
  • O Pitta sabe que ele tem que fazer atividade física cedo porque se não ele é um lancha chamas a torto e a direito. 

Kapha  Deve dormir pouco e não após as refeições 

Comer quase nada e substituir isso por chá picante com mel,  mel trata Kapha, é o único doce que Kapha pode (ele é adstringente e quente),  o mel  não pode ser nem fervido nem cozido. Polén, geléia real, própolis são bons para Kapha.

Pitta só deve comer coisas que a abelha produz com restrições, vai depender do horário e da situação. 

Para o Vata  só algumas coisas, por exemplo a geleia real é ótima para ele. 

Bebida alcoólica: 1 taça de vinho seco tem um efeito relativamente bom

As cervejas,  em um certo sentido, é um pouco melhor para o Pitta, mas tem que ser a cerveja Alemã que é mais pesada.

“Amargo, picante e adstringente é a vida do Kapha”

 Destilado agrava o Vata de qualquer pessoa.

Rotina de Kapha saudável

Acordar muito antes do nascer do sol 

Coisas que esquenta e secam:

(pegar um pó seco (pó de café, cálamo aromático, …) e adstringente e esfregar no corpo para ver se acorda, com um pouco de óleo de linhaça ou gergelim )

Fazer Bhastrica

Subir escadas, fazer força com a perna é importante para o Kapha

Antes de sair para atividade física, uma colher de mel com Trikatu (gengibre, canela e pimenta do reino)

Depois da atividade física, toma um chá de gengibre + alecrim ou hortelã, antes de comer, posterga a refeição dele até que ele fique realmente com fome.  Quando ele estiver com fome, ele come coisas que sejam secas, por exemplo: aipim, Cuscuz de milho, tapioca com mel, pão integral torrado com azeite e orégano.  Depois ele só vai pensar em comer por volta da uma hora da tarde,  quando ele realmente deu conta de metabolizar o café da manhã.  Enquanto isso, ele fica tomando chás estimulantes (ex: chá verde –  ajuda desinchar) ou água fervida.

Na hora do almoço ele come muitos feijões 

Proporção:

Vata: 3 de gramíneas e 1 de leguminosas 

Pitta: 1 para 1

Kapha: 1 de  carboidratos (cevada, centeio,  cevadinha, quinoa, painço) e 3 de leguminosas (ervilha, grão-de-bico, feijões – com muita pimenta – e uma quantidade pequena). 

Temos que ser duros com o Kapha.

Tratamos Vata como uma flor, Pitta como um amigo e Kapha como inimigo, temos que ser austeros (depois dá um abraço quando ele faz as coisas certas).

Sobremesa dele é às 16:00 ou 17:00, quando ele fez atividade física.

20:00  toma um chá,  se for o caso, come algo bem seco, exemplo: tapioca com mel ou azeite e picantes.  O Kapha não deve comer coisas sólidas antes de dormir.  Ele deve sempre comer coisas que estimulam o Agni,  porque ele tem a manda Agni crônico,  por definição ele está quase gerando ama,  ele precisa ter uma rotina que estimula o Agni. 

Kapha entra em ordem quando ele entende que a comida é uma péssima escolha para o afeto,  ele tem saúde quando ele entende que a única fonte de afeto que ele vai poder contar de uma maneira consistente e que a única saída para a enorme demanda afetiva dele é o divino.

O Kapha precisa de atividades devocionais para ser espiritualmente saudável, O Pitta precisa de atividades de auto conhecimento e o Vata precisa de atividade de servir. O que é chamado de Bkakti Yoga, Jnana Yoga e Karma Yoga. 

A mudança de papel de um Vaidya (médico tradicional não-codificado) nos cuidados com a saúde em Kerala, sul da Índia: comparação dos comportamentos de procura/tratamento entre os pacientes do Vaidya e os membros da comunidade

Tradução deste artigo:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4702384/

Background

 Este estudo focou na exploração dos papéis de um Vaidya  (médico tradicional não-codificado)  em uma comunidade no estado de Kerala, Índia.  Atenção especial foi dada as características dos pacientes do Vaidya em comparação com o comportamento da procura/tratamento dos membros da comunidade.

 Métodos 

Dados tanto qualitativos quanto quantitativos sobre o Vaidya, 97 dos seus pacientes, e 31 membros da comunidade foram reunidos através de um campo de trabalho participativo e entrevistas de duração indeterminada.  

Resultados 

Foi descoberto que os membros da comunidade raramente consultavam o Vaidya que vivia em suas comunidade,  consequentemente, o papel do Vaidya como provedor primário de cuidado com a saúde da comunidade quase tinha desaparecido. Apesar de tudo, O Vaidya  era profundamente respeitado como um dos líderes da comunidade por seus membros por causa do suporte espiritual e financeiro que ele provia a eles.  Por outro lado, um número de pacientes de fora da vila visitava o Vaidya,  o que indicava que ele tinha um novo papel sob as mudanças causadas pelo pluralismo médico.  Até mesmo uma medicina tradicional codificada, a Ayurveda, era menos popular entre os membros da comunidade. Essas descobertas eram interessantes, porque enquanto o sistema médico tradicional da Índia tem se tornado popular e comum entre outras sociedades, tais como sociedades europeias, como uma medicina alternativa, o sistema médico tradicional estava se tornando menos importante no contexto rural dos indianos.

Conclusão 

Foi concluído que a prática médica tem mudado dependendo dos contextos culturais e sociais, até mesmo os efeitos medicinais tem sido provado por pesquisa científica. 

Foi convencionalmente reconhecido que a maioria das pessoas ainda usava o sistema médico tradicional, tal como Ayurveda, para tratamento primário na Índia rural independentemente da biomedicina ocidental ter se espalhado,  chamada alopatia.  Na realidade, o governo indiano tem reconhecido o valor dos sistemas de medicina tradicional,  como Ayurveda, ioga, e homeopatia do local que se originou na Europa mas que difere da biomedicina, e tem feito esforços para integra-las na educação oficial do sistema  médico moderno até um certo ponto. Este pluralismo médico do sistema de saúde da comunidade tem sido objeto de importante estudo para os  pesquisadores procurando entender o comportamento de procura/tratamento e propor uma política  apropriada de Saúde.

Enquanto a Ayurveda, Siddha, Unani, homeopatia e alopatia tem todos sido registrados como sistemas médicos “codificados”, existem também os sistemas médicos “não-codificados”. No sul da Índia, praticantes do sistema médico não-codificado, chamados de Vaidyas, tem sido reconhecido como tendo um papel principal na saúde da comunidade nas vilas rurais. No entanto, estudos recentes reportaram que os papéis dos Vaidyas estavam diminuindo porque os sistemas médicos codificados estão disponíveis em muitas vilas rurais, pessoas rurais preferiam usar a alopatia a um Vaidya e pessoas jovens não estão interessadas em aprender os sistemas médicos “não-codificados”, portanto haviam menos Vaidyas jovens.  Estes estudos prévios sugeriam um conflito porque os dois tipos diferentes de sistemas médicos tradicionais, que é codificado e não-codificado,  mostravam padrões opostos;  enquanto as pessoas ainda gostavam de usar o sistema médico tradicional codificado, haveria menos probabilidade deles usarem um sistema não-codificado.  Enquanto os estudos prévios tem sido conduzido de uma descrição do ponto de vista antropológico médico ou estudos da saúde pública tem sido baseada em dados administrativos a um nível macro,  nenhum estudo tem revelado os papéis atuais dos Vaidyas no que diz respeito a estas mudanças sociais e médicas usando métodos qualitativos a nível de comunidade.

Este estudo no entanto foca em explorar o papel do Vaidya –  médico tradicional não-codificado –  em uma comunidade no estado de Kerala,  Índia.  Atenção especial foi dada as características dos pacientes dos Vaidyas em comparação ao comportamento de procura/tratamento dos membros das comunidades.  As descobertas serão úteis para construir um sistema médico de Saúde apropriado nas comunidades pluralistas médicas da Índia.

Local de estudo

Kerala é localizado na parte sudoeste da Índia cobrindo a Costa Malabar e é um pequeno estado com área de 38.863 quilômetro quadrado (apenas 1.18 %  da área total do país).  Geograficamente falando, o estado pode ser dividido em  Área com Colina, área com Semi-colinas e  Áreas planas com diversos tipos de vegetações ao longo da linha dos gates ocidentais.  Historicamente falando, Kerala tem sido um  exportador de temperos famoso  desde 3000  A.C.,  então não apenas  hinduísmo se desenvolveu nessa região;  comerciantes  muçulmanos e  cristãos europeus influenciaram continuamente está área.  Consequentemente, embora o hinduísmo é praticado pela maioria da população (56%), muçulmanos e cristãos constituem 24% e 19%,  respectivamente.

Kerala  tem um índice de desenvolvimento humano mais alto do país, 0.790 (relatório de desenvolvimento humano 2011),  apesar da renda per capita do estado (80.924 rúpias indianas) ser mais baixa  que a média dos países em desenvolvimento.  Está experiência de desenvolvimento humano tem sido chamada de “Modelo Kerala” no Relatório de Desenvolvimento Humano autorizado pelo  Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.  Neste modelo, um alto número de pessoas altamente educadas e com expectativa de vida prolongada tem sido notada. No entanto, na realidade, o nível de desemprego estava alto devido ao lento desenvolvimento industrial,  independente do alto nível de educação. Um rápido aumento na idade média da sociedade também foi reconhecido como um novo problema.

Este estudo foi conduzido em uma vila costal no distrito de Eranakulam, Kerala.  A vila é localizada a aproximadamente a 30 km da cidade de Cochim, O maior centro comercial, então a vida tem sido reconhecida como suburbana e suscetível a vários tipos de modernização. Aproximadamente, metade das pessoas que moram na vila estão engajadas ou  na atividade de pesca ou  processamento da indústria de pesca. Muitos desses moradores da vila eram tão pobres que eles recebiam assistência na forma de comidas básicas (por exemplo, arroz, açúcar e vegetais) do governo local, as mulheres recebiam assistência de trabalho sendo engajadas em trabalho governamental para satisfazer as necessidades de renda mínimas necessárias.  A proporção das pessoas nas castas mais baixas (15.9%) eram mais altas na vila do que a média  outras partes do distrito (8%).  Além dos lindos templos, haviam igrejas cristãs e mesquitas,  mostrando diversidade religiosa.

Havia um centro oficial de saúde da comunidade, um hospital de alopatia privado, um número de farmácias alopáticas, uma clínica homeopática, farmácias  homeopáticas, farmácias ayurvédicas, e um Vaidya na vila.

Campo de pesquisa

O campo de pesquisa foi conduzido por um total de 90 dias em 2012 e 2013. O autor ficou na Índia por um total de 154 dias, de 12 de agosto a 14 de outubro de 2012, de 14 de janeiro a 5 de março de 2013  e de 24 de agosto a 4 de outubro de 2013, para conduzir este estudo. O Vaidya e os outros participantes concordaram em participar do estudo depois deles terem sido informados sobre a natureza do mesmo, no que implicaria a participação deles, e o direito de eles se retirarem durante qualquer fase da pesquisa sem ter que dar razões para isso. A política de privacidade também foi explicado os participantes, que ordenaram que toda informação pessoal coletada nesta pesquisa deveria ser mantida anônima e que os resultados deveriam ser publicados em jornais acadêmicos ou apresentados em reuniões. Na sequência, total consentimento oral foi obtido de todos os participantes antes de proceder com este estudo.  Este estudo foi aprovado pela Kyoto University Graduate School e pela faculdade do comitê ético de medicina no dia 7 de agosto de 2013 (número de aprovação: E1824) 

Observação e entrevista com o Vaidya

O Vaidya na vila estudada foi escolhido como informante principal por causa das três razões seguintes. Primeiro, a vila estudada, onde vários tipos de sistemas médicos existiam, representava uma sociedade médica pluralista e o Vaidya  era o único profissional não-codificado.  Segundo, a vila estudada era economicamente  pobre mas estava geograficamente perto de um centro comercial, mostrando uma representação da situação atual daquelas vilas indianas que estavam experienciando rápidas mudanças sócio-econômicas.  Portanto, o Vaidya  representava a situação dos médicos não-codificados de hoje.  Terceiro, na pré pesquisa do autor, foi confirmado que um alto número de pacientes (aproximadamente 5 – 10 por dia) visitava o Vaidya,  indicando a confiança deles em sua habilidade. 

 Dados qualitativos e quantitativos foram reunidos  através do trabalho de campo participativo e entrevistas de duração de tempo indeterminado  de 15 de setembro às 5 de outubro de 2012. Observação participativa em uma entrevista com o Vaidya conduzida em seu lugar de prática, chamado  “ashram”;  observe que o termo ashram originalmente se referia a um convento hindu.  Durante a pesquisa, o autor, que foi educado com um farmacêutico no Japão,  foi colocado principalmente na sessão de farmácia na clínica do Vaidya e observou de perto as prescrições,  lidando, e distribuindo os remédios através de observação participativa.  Durante este período, o autor entrevistou informalmente o Vaidya sobre vários itens, tais como, a história de vida dele, filosofia de tratamento, crença religiosa, e tratamento usando remédio manufaturados comercialmente.  O Vaidya não hesitou em responder qualquer pergunta e desejou estar aberto sobre suas práticas médicas e formulações (ex.  receitas de remédio) ao  público, insistindo que a eficácia de seus remédios deveria contribuir com outros. 

 Entrevista com os pacientes do Vaidya

Para entender as características dos pacientes, o próprio autor conduziu entrevistas pessoalmente com questionários estruturados na clínica, enquanto os pacientes estavam esperando pelos remédios, de 1 – 28 de fevereiro de 2013.  Os pacientes, 97 (64 homens; 33 mulheres), que visitaram o Vaidya durante o Período da pesquisa concordaram em participar.  Desde que todos os pacientes , exceto um deles, veio de várias áreas que não era de Kerala e tinham educação suficiente para falar inglês – uma das as línguas oficiais da Índia – o inglês foi usado para entrevistá-los.  A língua local, Malayalam,  foi usada para entrevistar o único paciente local. 

O questionário incluía os seguintes itens: 1) dado social demográfico (nome, sexo, idade, ocupação, crença religiosa, local de residência), 2) razão para escolher o Vaidya para o tratamento e 3) sintomas e reclamações atuais, tratamentos prévios, e histórico médico. No caso em que os sintomas dos participantes eram muito severos para responder todas as questões, pedia-se a um membro acompanhante da família para respondê-las.

 Baseado no que os pacientes contavam e no diagnóstico do Vaidya, o autor, que era farmacêutico bem treinado em fornecer cuidados em países desenvolvidos,  classificou os sintomas dos pacientes dentro da classificação Internacional das doenças-10 (CID-10) categorias para conveniência analítica. O nível de seriedade, Também foi classificado nas categorias de severa, moderada, e leve; esta classificação foi feita baseada nos tipos de doença, influência na vida diária,  prognóstico estimado de vida.

Entrevista dos membros da comunidade

Para entender o comportamento de procura/tratamento dos membros da comunidade em comparação ao dos pacientes do Vaidya,  foram feitas entrevistas cara a cara, com questionários estruturados na vila pelo autor,  principalmente na língua local de Malayalam,  através de visitas nas casas dos entrevistados de 24 de agosto a 3 de outubro de 2013. E em alguns casos, termos em inglês foram usados para descrever os nomes das doenças e sintomas. Os membros da comunidade, 31 (22 homens e 9 mulheres), que tem histórias médicas recente de doenças (reagam em Malayalam)  que vivem dentro de 1 km e meio da clínica do Vaidya em Kerala foram selecionados como segue. O autor perguntou a duas enfermeiras da saúde pública sobre os membros da comunidade que tem ou tiveram reagam e visitaram a maior parte das famílias (exceto aquelas que estavam ausentes) na área para encontrar informantes em potencial  que se encaixava no critério. O conceito de reagam inclui o estado não saudável tanto mental quanto físico, mas exclui feridas externas. Os 31 membros da comunidade foram selecionados e concordaram em participar na pesquisa.  A população da vila era de 35.906. Embora  nenhum dado demográfico detalhado estava disponível, o lugar de estudo (por exemplo, num raio de a 1.5km do Vaidya)  cobriu aproximadamente 5% da população da vila.

Foi perguntado os entrevistados 1) dados sociais demográficos (nome, sexo, idade, educação, religião, ocupação do principal membro da família e posição social econômica) e 2) reclamações atuais, tratamentos prévios e histórico médico.  Dimensionamento pessoal da satisfação econômica e qualidade de vida também foi questionado e publicado em outro lugar.  As entrevistas foram estendidas como discussões abertas para estudo da crença médica, a fé, e a preferência de se viver em sociedade.

Características do Vaidya, profissional médico tradicional 

O Vaidya escolhido nesse estudo tinha 50 anos de idade (nascido em 1964) e foi nascido na vila em estudo.  Ele dirigia a clínica com sua mãe, irmã mais velha e seis assistentes.  Ele não vinha de uma linhagem de família de médicos, mas de uma família Hindu. Antes de seus 20 anos idade, ele começou a praticar ioga, e se despertou para a forma espiritual de vida.  Depois disso, ele seguiu vários mestres/Santos (guru) para aprender Ayurveda, Siddha, artes marciais tradicionais (kalarippayattu) dentro e fora de Kerala  e também às vezes viveu com uma minoria de pessoas étnicas nos Gates Ocidentais da área montanhosa  para aprender o sistema médico nativo. Ele retornou para sua vila nativa e abriu uma clínica em 2000 depois dele ter sido reconhecido como um Swami – um sacerdote Hindu – devido a sua experiência.  Consequentemente, a clínica dele também foi chamada de ashram – o nome para um eremitério Hindu onde uma pessoal sagrada Hindu vive.

Em resposta às questões abertas, o Vaidya insistiu que ele tinha originalmente integrado diversos sistemas médicos em um sistema.  O sistema que ele fornecia era baseado principalmente na teoria Ayurvédica,  enquanto ele também aplicava um número de sistemas médicos que ele também aprendeu.  Ele preparava mais de 50 tipos de remédios com ervas  medicinais na clínica.  Metade deles eram preparados com plantas medicinais frescas ou secas ou substâncias animais que ele comprava nos mercados nas áreas urbanas; o restante eram produtos de companias farmacêuticas Ayurvédica/Siddha. As plantas medicinais eram coletadas ou plantadas principalmente na área semi montanhosa e vendidas no mercado das cidades.

Ele não fixou o dia de consulta e usualmente ele internou de um a três pacientes enquanto examinou de 5 a 10 pacientes por dia.  Embora ele não requeria pagamento pela suas práticas médicas, exceto pelos remédios que eram providos, doações livres eram moderadamente encorajadas.  O custo dos remédios variavam de 700 a 5000 rúpias indianas, no entanto isto dependia do tipo de doença e do período de medicação.  O custo do remédio  era reconhecido como muito caro. O Vaidya, porém, afirmava que ele não requeria nenhum tipo de pagamento daqueles que não tinham condições de pagar os custos e sofriam das doenças.  No entanto, não houve nenhum paciente que pedisse ao Vaidya isenção de pagamento durante este período de estudo.  É significante citar que durante a observação participativa do autor, o Vaidya fez grandes contribuições financeiras à comunidade da vila (por exemplo, doação para cerimônia da vila para o setor público). 

 Características e sintomas dos pacientes do Vaidya

Durante o período de estudo, 97 pacientes visitaram e receberam tratamento do Vaidya; entre eles, 66% (64) e  34% (33) eram homens e mulheres, respectivamente, e a idade média era de 41.4 anos.  Os pacientes eram caracterizadas pela proporção de homens (67% versus 47.97% no estado), de Hindus (37. 3% versus 56. 2% do estado),  de visitantes de fora da vila (99%),   Pessoas que falava inglês (99%) e de ocupações profissionais (36%).  Em termos de gênero masculino e feminino, é significante citar que 66.6% (50 pacientes) de Hindus (75),   81. 8% (9) de muçulmanos (11) e  54.5% (6) de cristãos (11)  eram homens. É provável que algumas mulheres muçulmanas e hindus estavam hesitantes em consultar o Vaidya,  que é homem.  É aparente que o Vaidya é preferido por homens mulçumanos  e muitos homens Hindus,  mas não por cristãos devido as suas crenças religiosas.  Inesperadamente, havia apenas um paciente da mesma vila do Vaidya.

Discussão

Estudos prévios reportaram as conclusões contraditórias que o sistema médico tradicional codificado ainda era muito comum no cuidado da saúde da comunidade enquanto que os não-codificados estavam correndo risco de desaparecer.  A este respeito, este estudo  descobriu que os membros da comunidade raramente consultavam o Vaidya que morava na comunidade;  consequentemente, o papel do Vaidya como provedor primário de cuidados com a saúde  da comunidade quase desapareceu. Por outro lado, interessantemente um número de pacientes visitava o mesmo de fora da vila, o que mostrava que o Vaidya tinha um novo papel no pluralismo médico resultante destas mudanças. Por favor, observe que algumas limitações existem neste estudo. Primeiro, desde que a população da vila é de 35.906 (2013),  a área estudada na vila tinha que ficar em torno da clínica do Vaidya. Isto potencialmente limita a extensão dos resultados de outras áreas da Índia. Segundo, porque apenas membros da comunidade que obedeciam a um critério e concordaram com estudo participavam voluntariamente, o número de participantes é limitado,  causando uma seleção tendenciosa. Terceiro, não houve uma pesquisa com as pessoas vivendo na área urbana para comparar com os membros da comunidade. Isto limita a interpretação do comportamento da procura pela saúde (health-seeking behaviour) em Kerala no Geral.

A primeira parte da discussão foca na razão do desaparecimento do papel do Vaidya no cuidado com a saúde da comunidade. As descobertas desse estudo sugeriram que a própria Ayurvéda era frequentemente menos usada, embora tenha sido codificada. Ayurveda foi escolhida para algumas doenças específicas em que os membros da comunidade reconheciam que não eram totalmente curadas pela alopatia.  Respondendo as questões sobre as razões pelas quais eles não usavam o Vaidya e a baixa frequência do uso da Ayurveda, vários entrevistados insistiram que tais sistemas médicos requeriam modificações de estilo de vida de longo termo (por exemplo: dieta, atividade, e questões religiosas) consequentemente levava tempo para se alcançar a cura ou a remissão,  enquanto que o processo de restabelecimento era óbvio quando curado com tratamento biomédico. Eles acreditavam consequentemente que a alopatia curava mais rápido as suas doenças do que a Ayurveda.  Para os membros da comunidade local,  as enfermidades não eram conscientemente separadas das doenças, então quando as enfermidades desapareciam, as doenças pareciam desaparecer ao mesmo tempo.  As entrevistas abertas revelaram que a diferença entre os pacientes do Vaidya e dos membros locais é a consciência da diferença entre enfermidades e doenças. 

A causa da doença tem sido considerada um fator no comportamento pela procura de tratamento.  Por exemplo, estudos prévios sugeriram que a enfermidade causada por uma “etiologia de característica de área” (ex: feiticeiro necromante)  era tradicionalmente tratado por medicina étnica no geral.  Em outros casos, enfermidade com etiologia de característica de área ainda era tratada por medicina étnica,  nas outras enfermidades, tais como ferimento externo,  doenças severas, e doenças contagiosas, eram preferivelmente tratadas pela medicina moderna nos estágios primários de desenvolvimento. Neste lugar de estudo na Índia, a causa da enfermidade era na maioria das vezes reconhecida no contexto médico moderno, até mesmo pelos membros da comunidade local. 

Em relação ao tratamento pelo Vaidya, o custo é muito maior do que aquele do sistema médico codificado, incluindo os tradicionais; isso era parcialmente causado pelo fato de que a assistência financeira pública  está disponível para alopatia codificada, homeopatia, Ayurveda, e Siddha,  mas não para os sistemas médicos não-codificados.  Os membros da comunidade podiam consultar o serviços de saúde biomédicos livre de custos na vila. Os Vaidyas insistiam que eles nunca pediam doação aos pacientes economicamente pobres ou pagamento pelo tratamento ou remédio.  Os entrevistados da vila também concordaram que o Vaidya poderia não pedir o pagamento.  No entanto, nenhum paciente foi visto pedindo para o Vaidya para ser liberado do pagamento durante o tempo de estudo.  Este fato mostra que o custo do tratamento não é a razão pela qual os membros da comunidade evitava o Vaidya.

A próxima parte da discussão é sobre o papel do Vaidya hoje.  Um estudo prévio reportou que 51% dos médicos não codificados atendiam até cinco pacientes por semana, enquanto apenas 32% dos médicos profissionais tratavam mais do que 10 pacientes por semana. No entanto, o Vaidya neste estudo atendia de cinco a 10 pacientes por dia, sugerindo que um número relativamente grande de pacientes acreditava que o tratamento dele tinha um papel muito importante.  Os hindus frequentemente usavam o Vaidya para tratamentos que tinham sintomas severos a simples.  Pensa-se que o Vaidya era uma opção a ser usada quando a  alopatia ou outros tipos de sistema médico falhavam para curar as doenças e essa é a razão pela qual todos os casos muçulmanos e todos os casos severos dos hindus selecionavam o Vaidya como uma segunda ou terceira forma de tratamento.  No caso dos Hindus  com casos simples, o Vaidya era a primeira opção mais frequentemente usada.  É razoável assumir que os Hindus confiavam no Vaidya porque o título dele as vezes dava reconhecimento como seguidor Hindu,  não apenas como médico. É presumido que os Hindus reconheciam que o tratamento era efetivo para caso simples; no entanto, a alopatia é mais efetiva para tratar casos graves.  Presume-se que eles acreditam que as causas das doenças são separadas da etiologia espiritual/local. 

 Conclusão

 Este estudo focou no Vaidya  a fim de examinar o impacto da modernização médica em Kerala  tendo sido comparado o comportamento das pessoas na procura de tratamento das áreas urbanas até as áreas rurais.

 Este estudo revelou que os membros da comunidade não dependiam do Vaidya (que foi reconhecido como tendo um papel principal  no cuidado com a saúde básica da comunidade), mas as pessoas altamente educadas da cidade os procurava como um sistema médico alternativo e complementar. O papel do Vaidya em áreas rurais tinha mudado devido a modernização.

Estas descobertas eram interessantes porque enquanto o sistema médico indiano tem se tornado popular e comum em outras sociedades (Ex. Européia) como um sistema médico alternativo, tem se tornado menos importante no contexto da Índia. Os estudos prévios mostraram que os sistemas não-codificados estão para serem extintos.  As descobertas destes estudos sugerem que contextos sociais, tais como crenças religiosas, um aspecto do contexto social, afeta diretamente o comportamento de procura/tratamento  na sociedade moderna onde as etiologias ocidentais são bem conhecidas.

Conclui-se, consequentemente, que a prática médica muda dependendo do contexto cultural e social, apesar dos efeitos medicinais terem sido provados efetivos por pesquisa científica. Sistemas de saúde da comunidade tem que ser considerado em contextos múltiplos, incluindo social, econômico e  ambiental.